Avaliação do uso do imunomodulador β (1-3) glucana isoladamente e em associação ao Itraconazol na esporotricose experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Martins, Anelise Afonso
Orientador(a): Meireles, Mario Carlos Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9136
Resumo: A esporotricose, micose subcutânea causada pelo fungo dimórfico Sporothrix schenckii, acomete o homem e várias espécies de animais, sendo os felinos domésticos envolvidos nos relatos zoonóticos da enfermidade. Considerando as dificuldades terapêuticas no tratamento da micose nessa espécie animal, incluindo toxicidade e o desenvolvimento de resistência aos antifúngicos tradicionalmente utilizados no tratamento da enfermidade, o estudo objetivou avaliar a eficácia do imunomodulador β (1-3) glucana isoladamente e em associação ao Itraconazol no tratamento da esporotricose cutânea experimental. Foram utilizados 100 ratos Wistar, cepa UFPel, machos, os quais foram divididos em quatro grupos de 25 animais: grupo controle (G1), recebeu 0,5ml de água destilada estéril via oral(VO) e 0,25ml de solução salina estéril via subcutânea (SC); grupo G2 tratado com 10mg/kg de itraconazol VO e 0,25ml de solução salina SC; grupo G3 tratado com 10mg/kg de itraconazol VO associado a 0,5 mg de β (1-3) glucana SC e o grupo G4 tratado com 0,5 ml de água destilada estéril VO e 0,5 mg β (1-3) glucana SC. Os animais foram inoculados por via subcutânea com 2x103 células de Sporothrix schenckii/ml, e após 12 dias, quando todos apresentavam lesões características da esporotricose, iniciouse o tratamento que prosseguiu por seis semanas. O antifúngico e a água destilada estéril foram administrados diariamente, enquanto que a solução salina e a β (1-3) glucana semanalmente. Dez animais de cada grupo foram escolhidos aleatoriamente e submetidos a avaliações clínicas semanais observando presença de nódulos, úlceras, regressão e cicatrização das lesões durante o período experimental. O restante dos animais (três de cada grupo) foram eutanasiados e necropsiados semanalmente para a quantificação das unidades formadoras de colônias fúngicas (UFCs), retroisolamento e avaliação histopatológica. O mesmo procedimento foi realizado nos animais submetidos às avaliações clinicas ao término do tratamento. Na avaliação clínica foi observada diferença estatística (p<0,05) entre os grupos G2, G3 e G4 em relação ao controle (G1), entre os grupos tratados o grupo G3 resultou em maior freqüência (9/10) de animais em processo de regressão e cicatrização das lesões. Nas UFCs assim como nos retroisolamentos do S. schenckii foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos tratados e controle, sendo que entre os tratamentos o grupo G3 demonstrou a menor quantificação fúngica assim 8 como de retroisolados positivos para o agente. Na avaliação histopatológica foi verificada a presença de granulomas iniciais a tardios, tendo o G1 predomínio de granulomas iniciais. Na análise histopatológica foi observado semelhante padrão de infiltrado inflamatório nos quatro grupos experimentais, no entanto os G3 e G4 obtiveram maior freqüência (32%, 36%) de animais com infiltrado de polimorfonucleares (PMN). Conforme os resultados obtidos os três tratamentos foram eficazes para a remissão da esporotricose cutânea experimental, no entanto, a associação do antifúngico ao imunomodulador propiciou uma regressão mais precoce das lesões.