Esporotricose felina e canina em área endêmica: epidemiologia e tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rosa, Cristiano Silva da
Orientador(a): Meireles, Mário Carlos Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/3959
Resumo: A esporotricose é uma micose de implantação ou inoculaçãocausada por espécies do Complexo Sporothrix schenckii, um fungo dimórfico que habita principalmente plantas e vegetais em decomposição. Áreas endêmicas no Brasil têm sido frequentemente descritas, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo caracterizandoesta enfermidadecomo uma micoseemergente e de importância para a saúde pública, devido ao seu caráter zoonótico. Este trabalho é um estudo retrospectivo cujo objetivo foi analisar os laudos com crescimento de Sporothrix spp. encontrados nas fichas arquivadas do Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Micologia Veterinária MICVET (UFPel), local de referência para o diagnóstico de micoses nos animais domésticos no sul do rio grande do sul,região endêmica para a enfermidade.O estudo analisou osregistrosdo período entre 2005 e 2016, e obteve 284diagnósticos estabelecidos de esporotricoseem animais, sendo 55 em cães (19,37%) e 229 emgatos (80,63%). Foi possível observar que 58,87% (n=166) do total de diagnósticoneste período, ocorreu nos últimos quatro anos do estudo. A avaliação desses dados revelou serem os felinos machos o grupo com maior casuística da doença (n=175/284), representando 61,62% do total. Quanto à manifestação da doença, também foram os gatos machos que apresentaram com maior frequência as lesões na forma cutânea disseminada(56,34%; n=160/284). Do total das amostras (n=284) com crescimento laboratorial de Sporothrix spp., 233 (82,04%) foram encaminhados com suspeita clinica de esporotricose. Contudo, o estudoalerta sobre a utilização de medicação prévia ao diagnostico laboratorial, visto que do total dasamostras, 175 (61,62%) faziam uso de alguma terapia no momento da coleta do material, ressaltando ser o itraconazol o antifúngico de eleição, mesmo com crescentes casos de falhas terapêuticas.Entretanto, 51,43% (n=90/175) utilizava exclusivamente antibiótico prévio ao diagnostico de esporotricose. Pode-se concluir que a região sul do Rio Grande do Sul se confirma como zona endêmica para esporotricose, com crescente aumento especialmente nos últimos quatro anos do estudo. Os gatos machos continuam como o grupo de maior frequência diagnóstica, e com a apresentação de lesões mais graves. Ainda que o clínico suspeite de esporotricose, as terapias pré e pós-confirmação do diagnósticodevem ser mais discutidas e reavaliadas.