Estudo de casos espontâneos de esporotricose canina e felina, e avaliação da melanina em células de Sporothrix schenckii em modelo murino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Madrid, Isabel Martins
Orientador(a): Meireles, Mario Carlos Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9137
Resumo: A esporotricose é uma micose zoonótica, causada pelo fungo dimórfico Sporothrix schenckii, que acomete o homem e várias espécies animais, especialmente felinos domésticos. Dentre os fatores de patogenicidade do fungo, se destaca a presença de melanina. Este trabalho teve como objetivo: estudar casos espontâneos de esporotricose em caninos e felinos, avaliando os aspectos clínicos, epidemiológicos, patológicos e terapêuticos; avaliar a presença de melanina, em células de transição e leveduriformes, de isolados pigmentados e mutantes albinos de Sporothrix schenckii; e comparar o desenvolvimento de esporotricose experimental produzida por isolados pigmentados e mutantes albinos. Estudo de casos espontâneos: Foram estudados casos de esporotricose felina e canina diagnosticados pelo Laboratório de Micologia (FV-UFPel) durante o período de 2002 a 2006, nos quais se observou as principais formas clínicas da esporotricose, que resultou em cutânea disseminada em felinos e caninos, além disso, obteve-se o isolamento do fungo em testículos hígidos, proveniente de felino com esporotricose cutânea. O tratamento dos animais foi realizado com itraconazol, na dosagem de 10mg/kg/dia, via oral, obtendo-se a cura clínica de 50% dos felinos e 100% dos cães. Esporotricose experimental: 60 ratos albinos divididos em dois grupos, MEL+ e MEL- , foram inoculados no coxim plantar, por via subcutânea, com conídios pigmentado e mutante albino, respectivamente. Amostras de tecido do ponto de inoculação foram colhidas por biópsia para estudo micológico, histopatológico e ultraestrutural. Todos os animais desenvolveram lesões características de esporotricose no ponto de inoculação, sendo observado diferenças significativas na segunda, terceira e quinta semana do experimento. Os animais do grupo MEL- demonstraram ulceras no coxim plantar na segunda semana do experimento (p<0,01) enquanto que o grupo MEL+ permanecia com edema e nódulo. Nas semanas, três e cinco, o grupo MEL+ demonstrou lesões em outras áreas corpóreas e aumento de volume do linfonodo poplíteo (p<0,05). Na histopatologia verificou-se que isolados pigmentados incitam resposta inflamatória menos acentuada, que permite a invasão e disseminação do agente. O estudo ultraestrutural demonstrou que o fungo sintetiza melanina na forma leveduriforme, e que conídios pigmentados perdem a camada de melanina durante a fase de transição. Observou-se, o aumento de casos de esporotricose em felinos e a ocorrência da micose em cães, alertando para o risco zoonótico e a importância do diagnostico diferencial para o adequado tratamento da micose, enfatizando a eficácia e segurança da terapia com itraconazol na dose de 10mg/kg/dia. Na esporotricose experimental observou-se que existem diferenças no período inicial do desenvolvimento da doença entre grupos inoculados com conídios melanizados e não melanizados, já que os conídios perdem a camada de melanina durante a fase de transição e quando na forma leveduriforme, ambos isolados são capazes de sintetizar melanina in vivo.