Mediadores inflamatórios e estradiol: regulação e efeitos sobre o trato reprodutivo de ruminantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Fernando Caetano de
Orientador(a): Lucia Júnior, Thomaz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7967
Resumo: Mediadores inflamatórios estão envolvidos no controle da reprodução em processos fisiológicos como ovulação e luteólise, bem como em processos patológicos, em resposta à lesões e/ou infecções. Em um primeiro estudo, objetivou-se comparar a resposta inflamatória em ovelhas submetidas à coleta de embrião transcervical (TC) ou por laparotomia (LP). Embora as técnicas não tenham diferido quanto à indução de marcadores inflamatórios, observou-se um aumento nos níveis de haptoglobina (D3 e D6), paraoxonase 1 (PON1; D3) e proteínas totais (D9) após as coletas. Conclui-se que ambos procedimentos induzem uma reação inflamatória, sendo a via TC indicada para animais com uma conformação cervical adequada, pois a técnica LP limita o número de procedimentos. Em um segundo estudo, investigou-se o efeito do tratamento com prostaglandina F2 (PGF) sobre marcadores de luteinização/ovulação e expressão gênica do endométrio. Observou-se a presença de RNAm do receptor de PGF (PTGFR) nas células da granulosa (CG) de folículos ao redor da divergência, sendo mais abundante no folículo dominante. Não se observou um efeito da PGF sobre o diâmetro folicular, níveis intrafoliculares de estradiol ou progesterona, bem como sobre a abundância de RNAm de enzimas esteroidogênicas nas CG. A PGF não foi capaz de induzir a ovulação em vacas suplementadas com progesterona e não afetou a expressão dos genes avaliados no endométrio. Além dos mediadores inflamatórios, hormônios esteroides são os principais reguladores das funções reprodutivas. Portanto, em um terceiro estudo, foram identificados genes diferentemente expressos nas células endometriais de vacas com diferentes níveis de estrógeno intrafolicular no proestro/estro como PPARG e OTR. Além disso, observou-se correlação positiva entre a abundância de RNAm de IGFBP3, OTR, LTF e GREB1 e níveis de estradiol intrafoliculares. Para isolar o efeito do estradiol sobre as células epiteliais endometriais, foi utilizada uma linhagem celular. Após identificação dos receptores, o tratamento com estrógeno induziu um aumento (10 min) e posterior diminuição (15 e 30 min) na fosforilação da MAPK, sugerindo ativação da rota. A fosforilação da AKT diminui após (30 e 60 min) o tratamento com estrógeno. Observou-se menor expressão dos genes CCND1 e CCND2 e aumento na expressão de PCNA 12 h após o tratamento com estrógeno, indicando um efeito sobre o ciclo celular, o que foi confirmado através de um ensaio de proliferação. O presente estudo fornece subsídios para mensurar o impacto dos procedimentos de coleta de embriões sobre mediadores inflamatórios em ovelhas. Ainda, contraria a hipótese de que a PGF possui um efeito direto sobre as células foliculares. O modelo in vitro utilizado é apropriado para estudar os efeitos do estrógeno sobre as células epiteliais do endométrio bovino.