Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Miranda, Sandra Samira Tavares |
Orientador(a): |
Oliveira, Jorge Eremites de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/2923
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Resumo: |
Cidade Velha conhecida anteriormente por Ribeira Grande de Santiago foi a primeira região do arquipélago de Cabo Verde em que aportaram os colonizadores portugueses. Trata-se de uma região que foi passagem obrigatória, pois constituía um dos vértices do tráfico transatlântico de africanos escravizados. Desse processo, resultaram memórias, representações e vestígios materiais muitos ligados à escravatura. Baseado nesse contexto, a região foi considerado em 2009, Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O objetivo dessa pesquisa é compreender a visão da população da Cidade Velha sobre ocupação colonial da região, a relação e os significados dos vestígios materiais que restaram dessa ocupação no seio quotidiano. Analisam-se, ainda, questões de natureza historiográfica relacionadas ao tema, bem como aspectos históricos e geográficos sobre o arquipélago de Cabo Verde. Nomeadamente, discute-se sobre uma possível ocupação do arquipélago anterior à dos europeus, e abordam-se as perspectivas coloniais que iniciaram a história de Cabo Verde a partir da colonização portuguesa e do tráfico de pessoas escravizados. Ainda, apresenta-se uma breve história das investigações arqueológicas realizadas no país, com base em relatórios das escavações. Da cultura material ligada à escravatura encontrada nas investigações arqueológicas, discute-se as situações desumanas em que se encontravam os escravizados no arquipélago como forma de desmistificar os ideais romantizadas que se tem sobre a escravatura no país. Por outro lado, apresenta-se materiais ligadas à materialidade negra, onde demostra-se o escravizado não somente como um produto, como também agente. O método etnográfico utilizado durante o percurso em campo possibilitou compreender na contemporaneidade, os constantes discursos sobre o patrimônio cultural material, apresentados a partir da perspectiva local. A preservação desses registros é a herança cultural histórica para as futuras gerações de cabo-verdianos e constitui um grande desafio para as autoridades competentes e para a própria população local. |