“Aquilo que é tirado da terra, ás vezes pode matar”: as relações estabelecidas entre arqueologia e a comunidade de Carangola, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rocha, Thaíse Sá Freire
Orientador(a): Alfonso, Louise Prado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3465
Resumo: O presente trabalho busca refletir sobre qual a relação estabelecida entre Arqueologia e a comunidade de Carangola, Minas Gerais. O município de Carangola, devido ao seu potencial arqueológico, se tornou alvo de diferentes pesquisas arqueológicas nos últimos dois séculos. A partir de uma análise das ações desenvolvidas no município, foi possível perceber não só os impactos que esses trabalhos tiveram na comunidade local, como também, de que forma essas ações influenciaram na percepção dessas pessoas sobre a Arqueologia, o trabalho da/o arqueóloga/o e o patrimônio arqueológico. Para a concretização dessa empreitada, procurei pensar em uma Arqueologia decolonizante em consonância com a Arqueologia Pública, que busca compreender a correlação entre comunidade e patrimônio arqueológico. Em termos práticos, a abordagem ocorreu por meio da Arqueologia etnográfica, onde a etnografia é entendida como uma proposta que vem para integrar o fazer arqueológico. Com os dados obtidos através da minha inserção na comunidade de Carangola, foi possível evidenciar que a Arqueologia é entendida como escavação e a procura de coisas arqueológicas. Essa forma tradicional de pensar e compreender a disciplina arqueológica, é percebida nessa dissertação, como um reflexo da atuação de diferentes arqueólogas/os no município. Diante desses dados, a reflexão sobre uma Arqueologia decolonizante e pública se torna essencial. A forma na qual a disciplina vem sendo apresentada e desenvolvida nos lugares onde passa, tem perpetuado um pensamento cientificista tradicional, que acaba por excluir o “outro” das narrativas desenvolvidas dentro da pesquisa arqueológica e na própria construção de uma história local