Qualidade de vida em adultos da zona rural de Pelotas-RS: estudo de base populacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bortolotto, Caroline Cardozo
Orientador(a): Rodrigues, Luciana Tovo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10617
Resumo: Objetivo: Analisar a qualidade de vida (QV) e fatores que possam estar associados à saúde de uma população residente na zona rural. Métodos: Estudo transversal de base populacional com indivíduos da zona rural de município no sul do Brasil. A QV foi avaliada pelo WHOQOL-BREF, dividido em quatro domínios (físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente) e duas perguntas de percepção de QV global e satisfação com a saúde. As variáveis independentes avaliadas foram sexo, idade, cor da pele, escolaridade, índice de bens, número de moradores por domicílio, ter emprego, morar com companheiro e percentual de tempo residido na zona rural. As associações foram avaliadas por regressão linear para os quatro domínios e regressão logística ordinal para as duas perguntas gerais de QV e saúde. Análises realizadas por níveis hierárquicos com significância estatística estabelecida em valor-p<0,05 e IC95%. Resultados: A amostra foi composta por 1.479 indivíduos. As mulheres apresentaram pior QV para os domínios físico (p<0,001), psicológico (p<0,001) e ambiente (p=0,005) e tiveram pior percepção de QV global (p=0,001). Conforme o aumento de idade, piores foram as médias de QV para os domínios físico (p<0,001), psicológico (p=0,001), relações sociais (p<0,001); percepção de QV global (p=0,001) e de saúde (p<0,001). Aqueles com outra cor da pele que não a branca (p=0,004) e que residiram a vida toda na zona rural (95%CI=1,00-1,82) tiveram pior chance de relatarem melhor satisfação com a vida apenas para QV global. Os menos escolarizados apresentaram menor média de QV em relação aos mais escolarizados no domínio físico (p=0,020), psicológico (p<0,001) e percepção de QV global (p<0,001). Os mais pobres apresentaram piores médias de QV em relação aos mais ricos nos domínios físico (IC95%=1,49-7,87), psicológico (IC95%=1,73-6,95), relações sociais (IC95%=2,49-7,45), meio ambiente (IC95%=4,70-10,63) e percepção de QV global (IC95%=0,24 – 0,65). Aqueles que residiam com cinco pessoas ou mais relataram piores médias de QV global no domínios relações sociais (p=0,001) e o fato de estar empregado foi associado à melhor QV nos domínios físico (p<0,001), psicológico (p=0,034), relações sociais (p=0,050) e na satisfação com a saúde (p=0,023). Morar com companheiro está ligado à melhor QV, apenas no domínio psicológico (p=0,019) e residir a vida inteira na zona rural foi associado à menor chance de melhorar a QV global (IC95%=1,00–1,82). Conclusão: Tendo em vista que os fatores associados à QV são considerados indicadores de saúde, os resultados apresentam características que podem impactar de forma negativa na saúde pública dessa população.