Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Silva, Aline Ferraz da |
Orientador(a): |
Vieira, Jarbas Santos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/ri/2741
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Resumo: |
Nesta tese, procuramos mapear linhas de fuga traçadas pelo Corpo Travesti em sua constituição enquanto Corpo sem Órgãos (CsO). Corpo esse que não apresenta organização prévia e que se produz pela invenção de si, fugindo às normatizações e destacando a artificialidade de todos os corpos — que, assim como o Corpo Travesti, são efeitos de algum discurso. O discurso heteronormativo constrói as travestis como seres em desacordo com a realidade, como marginais à sociedade da scientia sexualis e da moral e bons costumes. Sob esse prisma, a constituição identitária de travestis e transexuais desafia a suposta funcionalidade natural dos corpos e o próprio conceito de humano. O Corpo Travesti cria problemas para esse discurso ao transitar entre os polos homem e mulher da equação binária que separa o mundo entre masculino e feminino; seu caráter móvel e fluído desestabiliza a lógica heterossexista do dispositivo da sexualidade. Por vezes, a desestabilização desencadeia violentas reações institucionais (coletivas e/ou individuais) contra o Corpo Travesti, especialmente quando ele transita por territórios onde é considerado obsceno, fora de lugar: escolas, empregos formais, universidades. O Currículo Oficial entra em conflito com o currículo de corpos que não se encaixam nos padrões pré-estabelecidos pelo discurso biológico da sexualidade que produz identidades sexuais em acordo com a heterossexualidade compulsória. Para cartografar esse corpo de experimentações, partirmos da narrativa produzida por Érika de Luna a respeito de seu currículo travesti. Coletamos histórias das quais destacamos linhas criadoras de um modo de vida que é deslegitimado pela ordem social heteronormativa. Tais episódios protagonizados pelo Corpo Travesti versam sobre viagens, família, escola, polícias, festas: linhas costumeiras, flexíveis e de fuga; linhas de vida e de morte que se cruzam, se misturam e se alimentam mutuamente. Linhas que compõem o corpo criado por Érika e que cartografamos com a ajuda das ferramentas disponibilizadas pelos estudos queer, por Derrida, por Deleuze e Guattari, por Michel Foucault e pelo trabalho de ativistas sociais e artistas costurados ao corpo teórico da tese. O resultado é um texto acadêmico composto por diferentes linhas de escrita que procura destacar a potência em tensionar a produção da heteronormatividade que o Corpo Travesti carrega ao apresentar-se enquanto diferença que não possui referente. Sustentamos que tal diferença se opõe à fixação identitária e, portanto, não encontra eco em práticas curriculares pautadas pelo pensamento realista que não admite a inserção de saberes que não tenham sido autorizados por discursos sérios a comporem o corpo educado. |