Adequação da Terapia Nutricional enteral em pacientes críticos de um Hospital Universitário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gonçalves, Cíntia Valente
Orientador(a): Abib, Renata Torres
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos
Departamento: Faculdade de Nutrição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3880
Resumo: A desnutrição do paciente em tratamento intensivo tem sido evidenciada em inúmeros estudos e o suporte nutricional inadequado é fator determinante para o surgimento de complicações, podendo contribuir para a maior mortalidade. O presente estudo consistiu em determinar a adequação da terapia nutricional enteral em pacientes críticos internados na Unidade de Terapia intensiva do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Júnior da Universidade Federal do Rio Grande – FURG, identificar os fatores limitantes na administração da dieta e avaliar a adequação energética e proteica perante a evolução clínica do paciente até o fim da internação na unidade. Foram incluídos todos os pacientes de ambos os sexos que receberam terapia nutricional enteral por um período superior a 72 horas entre maio e novembro de 2014. O estado nutricional foi avaliado através da Avaliação Subjetiva Global na admissão do paciente na UTI e reaplicada semanalmente. O cálculo das necessidades energéticas e proteicas foi realizado de acordo com as recomendações para paciente crítico. Os dados foram coletados diariamente através dos registros dos prontuários do paciente. A adequação energética e proteica foi determinada através da razão entre os valores administrados e prescritos, sendo considerados adequados valores iguais ou maiores a 70% do prescrito. Essa adequação foi relacionada com o tempo de internação, tempo de ventilação mecânica e mortalidade. Foram avaliados 32 pacientes, com idade média de 56,4 ± 17,4 anos, sendo 59,4% do gênero masculino. Somente 21 (65,6%) atingiram percentuais superiores ou iguais a 70% de calorias prescritas, enquanto que para a oferta proteica 19 (59,4%) pacientes atingiram valores iguais ou superiores a 70%. A média de adequação calórica foi de 72,3% e a média de adequação proteica foi de 70,2%. A média de adequação volume de dieta infundido foi de 72,6% perante o prescrito. Foram identificadas 213 interrupções da nutrição enteral, 81,3% dos pacientes tiveram a dieta suspensa em razão de pausas para procedimentos e exames, 56,3% apresentaram piora clínica, 53,1% apresentaram intolerâncias do trato gastrointestinal, 50,0% tiveram erros na administração da dieta e 31,3% apresentaram problemas com a sonda. Não houve relação entre a adequação energética e proteica igual ou superior a 70,0% em pacientes recebendo TNE exclusiva em relação ao tempo de internação, tempo de ventilação mecânica e mortalidade. Mais estudos são necessários para determinar o valor seguro de adequação calórica e proteica, visando à melhora da saúde do paciente em UTI e minimizando intercorrências relacionadas à TNE.