A aula vazia: experiências de ensino de artes visuais em espaços acadêmicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sebasti, Sabina Vallarino
Orientador(a): Caetano, Marcio Rodrigo Vale
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10221
Resumo: As metodologias das artes são caminhos de descobrimento, experimentação e exploração de novas possibilidades expressivas. Tomando em conta os métodos e as práticas de ensino em artes visuais como trilhas de descobertas, este trabalho de pesquisa se concentra na interpretação e no sentido da palavra experiência. Nas páginas desta tese se desenvolvem os conceitos, os recursos e também os questionamentos metodológicos que inspiraram a construção de experiências no ensino de artes visuais. Pesquisa que foi desenvolvida durante o recente período de pandemia. Tempo durante o qual as aulas ficaram vazias e os processos da escrita se transformaram em intervenções poéticas nos territórios da lembrança. Considerando o relato como o espaço ritual das recordações, como o último refúgio das coisas vivas, surge um trabalho de investigação empenhado em conservar as memórias como pegadas impressas na superfície do texto, preservadas naquele sigiloso espaço da escrita onde se torna possível o convívio íntimo com o sentido da existência. Uma exigência imposta à redação destas páginas consiste em reivindicar o ensaio como forma. O ensaio representa um estilo de escrita que não apela a um procedimento rígido de demonstração, já que se aproxima da forma literária; estilo no qual o texto, reelaborando a experiência, sacrifica sua linearidade para se ampliar em um espaço denso de diálogos que projeta os pensamentos para além de si mesmo. A linguagem expressiva e metafórica, por vezes ficcional, permite – embora pareça paradoxal – uma aproximação mais verossímil aos fatos do que uma descrição rigorosa, fiel e pormenorizada, pois propicia vivenciar o real profundo, ou seja, o modo como as emoções afetam a subjetividade. As experiências de ensino de artes visuais relatadas no presente trabalho foram inspiradas nas vanguardas artísticas que surgem, em particular, a partir da modernidade, cujas propostas tencionam um distanciamento crítico da forma em que estamos acostumados a enxergar nossa cultura. Práticas e experiências de ensino de artes visuais criadas a partir da influência de artistas e pensadores cujas pesquisas incentivam leituras alternativas, ou releituras, do entorno que habitamos. Metodologias inspiradas nas vanguardas artísticas comprometidas em ressignificar a existência cotidiana, em dar transcendência à vida comum e em atenuar os estragos que a massificação ideológica exerce sobre a preservação do raciocínio independente. A narrativa aprofundada nestas páginas possibilita conceber a docência como um ofício artesanal que se constrói empiricamente, permite visualizar cada aula como uma intervenção poética na paisagem do pensamento, como uma ação performática no palco da consciência. O texto define, assim, um percurso de indagações que liga contextos e argumentos, no qual as deduções e as descobertas, caso existam, afloram em qualquer trecho da rota de cada capítulo.