Mulheres no PEPEU: o poder interruptor da Educação Musical Feminista.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Camargo, Tamiê Pages
Orientador(a): Accorssi, Aline
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6979
Resumo: Ao longo de séculos, as práticas musicais de mulheres vêm sendo negligenciadas, nos colocando à margem de diversas áreas da música. Discursos que reforçam esse padrão são produzidos e reproduzidos até os dias de hoje. Com o propósito de questionar tais discursos, me pergunto, na presente dissertação, de que maneira é possível promover uma Educação Musical Feminista? Para investigar tal questão, me debruço sobre história de práticas musicais de mulheres na música e, especificamente, na percussão (GREEN, 2001; FRYDBER, 2010; THEODORO, 2008; GOMES, 2017). A partir disso, problematizo tais práticas com mulheres integrantes do grupo de percussão PEPEU - Programa de Extensão em Percussão da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) - relacionando-as com o campo da Educação Musical (SMALL, 1998; BOWMAN, 2018; GREEN, 2001; DÍAZ MOHEDO, 2005; ROMERO 2010); e reflito, ainda, sobre metodologias feministas com mulheres em práticas musicais percussivas. Com base em epistemologias feministas (RAGO, 1998; KILOMBA, 2010; GARCIA, 2011; GRAF, 2012; OCHOA, 2008) e em metodologias feministas (NEVES, NOGUEIRA, 2005), questiono a ciência tradicional. Para esse fim, escolhi a Pesquisa Participante (BRANDÃO, BORGES, 2007; FAERMANN, 2014) como desenho de pesquisa e os Círculos Epistemológicos (ROMÃO et al., 2006) como instrumento metodológico. Os Círculos Epistemológicos foram encontros nos quais práticas musicais de mulheres eram problematizadas e, também, foi um espaço para a composição de uma poética musical relacionada a estes questionamentos. Baseando-me nos diferentes questionamentos, pude perceber que as práticas musicais de mulheres ainda não são reconhecidas, pois as musicistas são invisibilizadas, vistas como objeto sexual ou, então, precisam mostrar algo além de sua interpretação para que a sociedade as reconheça. Isso torna difícil a percepção das próprias musicistas como tal. Ao intencionar a mudança deste cenário, penso numa possível Educação Musical Feminista, a qual visa pensar criticamente práticas de mulheres e na qual a solidariedade feminista tem grande papel, expressando-se como poder interruptor do patriarcado musical. Toda a pesquisa está entrelaçada com a composição musical e, por isso, é organizada em três movimentos. Cada movimento representa o desenvolvimento do senso crítico em relação às temáticas da pesquisa.