O discurso do Jornal O Globo sobre as Ministras do Partido dos Trabalhadores (2003-2016): reprodução de estrutura patriarcal e incapacitação política das mulheres.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Gabriela de Morais
Orientador(a): Robertt Niz, Pedro Alcides
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Departamento: Instituto de Filosofia, Sociologia e Política
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8103
Resumo: O objetivo da pesquisa aqui apresentada é aferir se as representações da mídia escrita, especificamente, do jornal O Globo, quanto às Ministras de Estado empossadas durante os governos do Partido dos Trabalhadores foram representadas mediante mecanismos discursivos de dominação simbólica tendentes a colocar em xeque suas capacidades políticas e administrativas. Para tanto, foi construído um referencial teórico voltado a considerar as relações entre gênero e política e os questionamentos feministas, para compreender o déficit de inserção política das mulheres nos altos escalões da estrutura pública, bem como um quadro conceitual que incluísse uma discussão ampla sobre discurso, mídia e dominação simbólica. A análise das fontes documentais buscou descrever a trajetória política, social e ativista e os diversos capitais das Ministras antes da posse, assim como informações relacionadas à sua atuação administrativa, de forma a captar qual eram as competências com as quais contavam antes de tomar posse. A pesquisa documental contemplou reportagens, matérias e artigos publicados durante o primeiro mês da nomeação das referidas ministras, para aferir as impressões dos jornalistas emitidas antes mesmo que fosse possível avaliar, efetivamente, suas capacidades administrativas e políticas, na busca por expressões que demonstrassem a utilização de mecanismos simbólicos de dominação masculina. Buscou-se, com isso, identificar-se, no período, no que consistia o discurso deslegitimador das capacidades das mulheres que ocupavam ministérios junto ao Poder Executivo Federal. Os resultados da pesquisa empírica confirmam que a ocupação feminina dos espaços políticos resta prejudicada pela dominação masculina no referido campo. Para além disso, mostrou que os canais midiáticos têm um papel de destaque na entronização dos pressupostos de dominação simbólica, ao fortalecer os estereótipos relacionados às mulheres que ocupam posições de destaque na estrutura dos Poderes.