Cara ou coroa: saúde ou doença: poder e enfermidades psíquicas no trabalho bancário na cidade de Pelotas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cavada, Eisler Rosa
Orientador(a): Gill, Lorena Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Instituto de Sociologia e Política
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/3318
Resumo: A observação de dados oficiais atinentes à evolução dos acidentes de trabalho, tipificados como doenças relacionadas aquele, no período compreendido entre 1988 e 2005, devidamente diagnosticadas pelo órgão oficial, evidencia o crescimento acelerado em proporções significativas das moléstias relacionadas ao labor. Observa-se que mesmo nos períodos em que houve diminuição no número de registros totais de acidentes, ocorreu crescimento na representatividade das doenças nos eventos apurados. Complementa esses dados a circunstância de que as “Reações ao Stress Grave e os Transtornos de Adaptação” encontram-se entre os 50 registros de acidentes e doenças mais incidentes, assumindo, as doenças psíquicas, representatividade nos dados oficiais. Os acidentes e doenças ocupacionais são eventos que provocam grande impacto social, econômico e também na saúde pública do país, produzindo seus efeitos diretamente nos trabalhadores e no meio social em que estão inseridos. Por outro lado, o mundo do trabalho vem experimentando profundas modificações no campo da organização, administração e intensificação, norteadas por mecanismos que incidem fundamentalmente no exercício dos poderes disciplinar e de vigilância, que operam no ambiente do trabalho. A carreira de bancário, se insere neste contexto, e, tem sido objeto de atenção, especialmente porque este ramo de atividade tem ocupado posição de destaque entre os setores da economia com maiores índices de acidentes e doenças relacionados ao trabalho. A partir de tais elementos, torna-se necessário investigar os fatores que tem contribuído para o crescente número de eventos relacionados à saúde do trabalhador bancário. Com tal propósito, a pesquisa se orienta pela busca do nexo de causalidade entre o trabalho e as doenças psíquicas, a partir do entendimento de que as alterações na forma de exercício dos poderes disciplinar e de vigilância se manifestam fundamentalmente sob a forma de intensificação dos ritmos de atividade, exigindo a utilização de todos os atributos do trabalhador de forma mais intensa. O estudo de casos de quatro instituições bancárias na cidade de Pelotas, duas públicas e duas privadas, permitiu identificar como efetivamente operam aqueles poderes no ambiente de trabalho, sob a forma de intensificação, e, consequentemente, opera-se a transformação do fenômeno social em uma questão biológica, ou seja, como o trabalho pode produzir a doença psíquica.