Lésbicas e professoras: modos de viver o gênero na docência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Maciel, Patrícia Daniela
Orientador(a): Garcia, Maria Manuela Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3345
Resumo: Esta tese tem como tema o estudo do gênero nas narrativas de professoras lésbicas. O objetivo principal deste texto foi investigar como, a partir dos discursos de gênero e dos dispositivos de sexualidade, as professoras foram subjetivadas ao ponto de produzirem alguns modos particulares de viver a docência. Para entender o efeito das experiências de gênero nas vidas das professoras analisadas foram investigados: o modo como as professoras falam de si, enquanto mulheres en-gendradas, aos seus alunos e aos seus colegas de trabalho e como elas significam esse momentos nas suas vidas; o modo como elas enfrentam e significam a lesbofobia nos espaços educativos; e, por fim, o modo como elas transformaram algumas experiência de gênero em algumas experiências como docentes. Para esta análise foram usados como pressupostos teóricos os Estudos Feministas e Pós-Estruturalistas, principalmente os textos de Judith Butler e Michel Foucault, em que o gênero e os dispositivos de sexualidade não são vistos como causas, mas efeitos dos discursos. A análise foi feita a partir de entrevistas semi-estruturadas com sete professoras, sob dois critérios: a) terem atuado na educação básica; b) terem assumido a lesbianidade em algum momento das suas vidas. A tese conta a história de sete mulheres na faixa etária dos 30 aos 56 anos; naturais de cidades do Rio Grande do Sul, formadas nas universidades do mesmo Estado e com tempo de magistério que variavam de 6 meses a 33 anos de sala de aula. O aporte teórico-metodológico utilizado na produção das narrativas foca-se nos estudos analíticos da experiência, de Jorge Larrosa, Walter Benjamin e Giorgio Agamben. A partir desses autores, analiso o sentido que as professoras lésbicas deram sobre o que se passou nas suas vidas em relação ao gênero. O que trago é uma versão do que elas viveram, ou seja, um sentido do que elas experimentaram como lésbicas na vida e nas escolas. Ao analisar essas histórias ficou evidente que nem todas as professoras lésbicas, por serem homossexuais ou bissexuais, tencionam ou problematizam o gênero nas escolas, mas que todas ao experienciar o gênero produzem alguns conhecimentos éticos sobre si, alguns saberes próprios e/ou particulares, com os quais elas, em alguns momentos, atuam nas escolas.