Diversidade de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) em solo cultivado com feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walpa.] e fibra de coco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pontes, Juliana Souza de
Orientador(a): Maia, Leonor Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12665
Resumo: O feijão caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é uma cultura de grande importância para o Brasil, terceiro maior produtor mundial, sendo amplamente cultivado na região Nordeste devido às características adaptativas a condições adversas, constituindo a base da alimentação humana e animal. O conhecimento sobre a ocorrência de espécies de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) em áreas naturais e cultivadas é importante para preservação e compreensão da funcionalidade desses fungos nos solos, visando o aumento da produtividade e a sustentabilidade dos ecossistemas terrestres. Para otimizar a produção e minimizar os impactos gerados pela agricultura, fontes de matéria orgânica, como fibra de coco e esterco bovino vêm sendo utilizados, sendo importante conhecer os efeitos desses insumos sobre a comunidade de FMA. Os objetivos deste trabalho foram: ampliar o conhecimento sobre os FMA na Caatinga e em cultivo de caupi, determinando se a adição de substratos ao solo influencia a diversidade e a infectividade desses fungos. Amostras de solo rizosférico (Argissolo Amarelo) foram coletadas no Campus de Ciências Agrárias da Univasf em Petrolina/PE, provenientes de: Caatinga natural onde predomina Mimosa tenuiflora (área de referência); área antes de cultivo (pousio), e depois cultivada com feijão caupi recebendo doses crescentes (0, 12, 24, 48 t ha-1) de fibra de coco, e adubadas com 10 t ha-1 de esterco, totalizando seis tratamentos. Foram realizadas três coletas: a primeira (I) de reconhecimento (tempo zero), antes do plantio e na área de referência, a segunda e a terceira (II e III) no final do 1º e do 2º ciclos de cultivo de feijão caupi (80 dias, até o período de frutificação) e na área de referência. O delineamento na área de plantio foi em blocos ao acaso com quatro tratamentos (0, 12, 24, 48 t ha-1 de fibra de coco) e cinco repetições. Em cada área/tratamento foram coletadas cinco amostras compostas constituídas por seis subamostras. Para avaliar a comunidade de FMA foram observados: riqueza e diversidade de espécies, frequência de ocorrência, equitabilidade, número de glomerosporos e de propágulos infectivos de FMA, colonização micorrízica e proteínas do solo relacionadas à glomalina (PSRG). Foram registrados 61 táxons de FMA, distribuídos em 18 gêneros, com predominância de Glomus e Acaulospora. A área de Caatinga apresentou maior riqueza de espécies (42), mas os índices de diversidade foram similares entre as áreas estudadas. A colonização micorrízica e a quantidade de PSRG foram menores nas áreas cultivadas com feijão caupi quando comparadas à área de Caatinga. Houve aumento da esporulação após a conversão da área de pousio em plantio. Os propágulos infectivos de FMA, em geral, foram afetados negativamente pela atividade agrícola, porém houve tendência para a recuperação com estabelecimento do cultivo. A diferença nas comunidades de FMA entre a área natural e a cultivada indica que algumas espécies são mais sensíveis às perturbações que ocorrem no solo devido às práticas agrícolas. O cultivo de feijão caupi e a utilização de substratos orgânicos favorecem a riqueza e a diversidade de FMA quando comparadas a áreas de pousio.