Influência de distúrbios antrópicos e mudanças temporais sobre os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) no semiárido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: BEZERRA, Araeska Carenna de Almeida Ferreira
Orientador(a): MAIA, Leonor Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30481
Resumo: A biodiversidade da Caatinga vem sendo intensamente ameaçada por perturbações antropogênicas crônicas, caracterizada pela a remoção frequente e contínua de pequenas porções da biomassa vegetal, alterando as comunidades bióticas e suas interações biológicas. Entre essas comunidades, estão os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) que proporcionam diversos benefícios, sendo cruciais para a manutenção dos ecossistemas naturais, principalmente em ambientes semiáridos, sujeitos a fortes ações antrópicas e mudanças climáticas. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência das pressões antrópicas crônicas e diferentes condições temporais ao longo de um ano sobre os FMA em áreas de floresta tropical seca no nordeste brasileiro. Amostras de solo foram coletadas em dezembro/2013 (transição período seco/chuvoso), março/2014 (período chuvoso) e setembro/2014 (período seco) em áreas com diferentes níveis de perturbação antropogênica: áreas não perturbadas (NP-Controle), com perturbação intermediária (PINT) e perturbação elevada (PELV). As propriedades químicas e físicas do solo diferiram entre todas as áreas e períodos estudados. O número de glomerosporos, colonização micorrízica, número de propágulos infectivos de FMA e quantidade de proteína do solo relacionada à Glomalina (PSRG), e a composição da comunidade de FMA não diferiram entre as áreas sem e com perturbação, entretanto foram diferentes em relação aos períodos de amostragem. Não houve correlação das características do solo e espécies de plantas com a atividade e a composição das comunidades fúngicas. Considerando a variação temporal, apenas a colonização micorrízica e a fração total da proteína relacionada à glomalina diferiram, apresentando maiores valores nos períodos de transição seco/chuvoso e seco. Foram identificadas 68 espécies de FMA, sendo os gêneros Acaulospora e Glomus os mais representativos. Acaulospora sp.4 foi indicadora do período chuvoso, enquanto Acaulospora sp.5 e Acaulospora sp.6 foram consideradas indicadoras da estação seca. Nenhuma espécie foi considerada indicadora de níveis de perturbação da vegetação. Não houve diferença para a riqueza, equitabilidade e diversidade de Shannon entre as áreas. Entre os períodos de amostragem foi observada diferença apenas para diversidade apresentando menor valor no período seco. O número de taxa virtual (VT) encontrado nas amostras de solo e raiz foi 43 e 51, respectivamente, com a predominância de Glomus em ambos os habitats.