Maracatu rural: luta de classes ou espetáculo? (Um estudo das expressões de resistência, luta e passivização das classes subalternas)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: MEDEIROS, Roseana Borges de
Orientador(a): LA MORA, Luis de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9771
Resumo: Este estudo tem como objetivo aprofundar-se no conhecimento de um segmento das classes subalternas, o trabalhador rural, a partir da sua produção espontânea de cultura popular, o maracatu rural. Para Gramsci as manifestações de cultura popular possuem uma íntima ligação com a situação de subalternidade. Estas constituem suas visões de mundo e são frutos de sua inconformidade, denúncia e aceitação à ideologia dominante, encontrando-se, portanto, eivadas de contradições. Sabe-se que há muito pouco dito e estudado sobre o subalterno, sua vida e condição. A eficácia de qualquer projeto político, social ou profissional a ser elaborado conjuntamente com as classes subalternas, necessita de um prévio conhecimento dos seus anseios e visões de mundo, sob pena de não engajá-las no projeto de transformação social. Utilizando-se do método materialista dialético, buscou-se, através do maracatu rural, desvendar o contraditório e conflitivo mundo do trabalhador rural que, na maioria das vezes, não é levado em consideração pelos partidos políticos, movimentos sociais e projetos políticos profissionais. O econômico e o político não são momentos diferentes e antinômicos da luta de classes. Faz-se imperioso investigar essa produção cultural, analisá-la criteriosamente para que as mudanças sociais realmente se efetivem. O trabalho político não se dá apenas no terreno econômico, mas também no ideológico cultural. A estratégia revolucionária gramsciana enfatiza a recuperação crítica das culturas populares que, através de um trabalho pedagógico, se procederá a eliminação paulatina dos elementos de ambigüidade e heterogeneidade. As classes dominantes tentam a espetacularização, massificação e cooptação dessas produções culturais. Entretanto, mesmo sofrendo o processo de passivização, essas expressam os antagonismos e conflitos vivenciados pelas classes subalternas que, poderão ser utilizados no enfrentamento entre as classes. Diante disso, espera-se que este trabalho ofereça uma contribuição de como se dá confronto de forças dentro do processo hegemônico, como as classes subalternas expressam as suas condições de existência, seus pontos de vista, as contradições que negam e dão vida a luta pela hegemonia na atualidade