Cultura material e ativismo : o Design Gráfico como ferramenta de militância do grupo Nós Também
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Design |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35536 |
Resumo: | Esta dissertação objetivou resgatar e analisar as produções visuais e gráficas do grupo Nós Também, que atuou na militância LGBT na cidade de João Pessoa entre os anos de 1981 e 1984, considerando-as como expressão da cultura material relativa ao ativismo em prol da liberdade e diversidade sexual, em um período de forte repressão política e de comportamento no Brasil. A fundamentação teórica se ancorou, por um lado, em contribuições oriundas do campo da cultura material, sobretudo na teoria do valor material e simbólico dos bens sintetizada por Arjun Appadurai (2008), através dos conceitos de regimes de valor, troca mercantil e dádiva; e por outro, nas construções relativas à abordagem semiológica dos artefatos visuais, que aborda a estrutura de significação das peças do acervo do grupo, a partir das contribuições teóricas de Barthes (2012), Joly (2007), Cardoso (2007; 2012) e Meneses (2003). Enquanto proposição metodológica, a abordagem qualitativa privilegiada objetivou alçar as relações de alteridade envolvidas com o ativismo do Nós Também. Enquanto de técnica de pesquisa, o estudo foi instrumentalizada através de duas estratégias básicas: o registro, através de entrevistas, da narrativa de um informante chave integrante do movimento; e a análise semiológica de parte significativa do acervo de peças gráficas produzidas. A prática deste coletivo, durante todo o tempo de sua existência foi expressiva em relação à linguagem implementada em suas ações e na produção das citadas peças visuais, concebidas como ferramentas de ativismo. Através da análise desta produção, foi possível perceber algumas recorrências relativas aos valores do grupo e à forma de luta por seus princípios: a ideia de uma sociedade mais justa, livre de repressão ou discriminação, sobretudo com relação aos indivíduos LGBT. Como achado central, a partir da análise semiológica do material gráfico, destacamos o aspecto lúdico e o pacifismo implementados a partir da dimensão plástica desses artefatos, que em conjunção com as características mais contundentes das dimensões icônicas e linguísticas, objetiva tornar a fruição das mensagens contraculturais menos conflitiva aos observadores. Essa estratégia, entretanto, não diminui a força expressiva desses artefatos. |