[pt] O UNIVERSO SIMBÓLICO DO DESIGN GRÁFICO VERNACULAR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: FERNANDA DE ABREU CARDOSO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=15975&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=15975&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.15975
Resumo: [pt] Esta pesquisa tem como objetivo realizar um estudo sobre o universo simbólico do design gráfico vernacular, compreendido como o campo de produção de bens simbólicos relacionado à produção de material gráfico por indivíduos pertencentes a espaços sociais economicamente desfavorecidos. O trabalho tem como enfoque o modo como as estruturas sociais operam a criação da dimensão imaginária ou do universo simbólico, que vem a ser o chão das representações sociais. A pesquisa parte do princípio de que realidades sociais distintas refletem-se na produção, no consumo e na legitimação de bens, sejam eles materiais ou simbólicos, bem como no julgamento de valor desses bens e dessas práticas. Consideramos, portanto, que as hierarquias e classificações inscritas em objetos, produtos culturais, instituições, linguagens, assim como os julgamentos e veredictos impostos pelas instituições designadas para esses propósitos, expressam as diferentes condições sociais de existência. Assim, o valor estético de uma peça de design gráfico não seria determinado por qualidades objetivas ou formais do próprio objeto. Do mesmo modo, esse valor não seria determinado por critérios de natureza subjetiva, tal como definiu Kant. Consideramos, então, que o valor estético de uma peça gráfica pode ser encontrado com base na estrutura social que permeia sua criação, seu uso e sua avaliação, ou seja, a partir do uso social que se faz dela, e não pelo objeto em si. A análise da forma de produção de pensamento dos grupos sociais apresentada, ou seja, o modo como eles operam a construção de seus simbolismos, parte do princípio de que a norma culta concentra-se na forma, em uma dimensão mais abstrata, ao passo que as classes populares possuem a tendência a enfatizar uma configuração mais concreta. A partir da observação e análise de um conjunto de letreiros pintados à mão, filipetas e embalagens impressas populares, foi verificado como a opção pela objetividade reflete-se nas construções formais do design gráfico vernacular, constituindo uma das características mais marcantes de sua linguagem visual. Observou-se, então, a existência de um padrão na construção das representações visuais deste grupo, reflexo simbólico das similaridades das condições de existência de seus integrantes, e se analisou o que padroniza ou cria um estilo para esta linguagem. Considerando que existem relações de circularidade constantes entre os campos de produção do design gráfico vernacular e oficial, foram analisadas quais seriam as principais formas de interação entre eles e como estas ocorrem. A partir da existência de diferentes processos de hibridação entre esses grupos, examinamos em que medida esses campos podem se mesclar originando outros grupos e produções que combinam aspectos de ambos os grupos originais. Além disso, foi realizada uma análise do uso da linguagem popular fora de seu contexto original e do modo como seus elementos visuais podem ser reinterpretados e ressignificados pelo campo oficial. Analisamos, também, como o popular, apesar de não corresponder aos valores da cultura hegemônica, frequentemente assume o valor simbólico de representação de identidade nacional e verificamos as possibilidades de legitimação desta produção.