Funções Executivas e desempenho matemático em escolares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SANTANA, Alanny Nunes de
Orientador(a): ROAZZI, Antonio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38412
Resumo: As Funções Executivas (FE) são entendidas enquanto habilidades preditoras do desempenho acadêmico, permitindo a tomada de decisão, a avaliação e a adequação de comportamentos e estratégias, sendo consenso na literatura científica sua importância para o desempenho matemático. Todavia, mesmo sendo indicada sua relevância, dados de estudos disponíveis sobre a temática ainda não permitiam inferir precisamente sobre as relações estabelecidas entre FE e desempenho em matemática de escolares. Desse modo, este estudo objetivou explorar as relações existentes entre os componentes das Funções Executivas – tríade executiva – e o desempenho matemático de escolares. Para tanto, participaram 110 estudantes de escolas públicas e privadas da cidade de Recife-PE, de ambos os sexos e com idades entre 8 e 12 anos. Os participantes foram avaliados a partir da aplicação dos instrumentos Mini-Exame do Estado Mental – MEEM, Roteiro para Sondagem de Habilidades Matemáticas – Coruja PROMAT, Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve Infantil NEUPSILIN-INF, Five Digit Test – FDT e questionário sociodemográfico, sendo utilizadas para a análise dos dados técnicas estatísticas de correlação, regressão, multivariadas e de comparação entre grupos. Para uma melhor organização dos resultados e discussão estes são apresentados no decorrer do trabalho a partir de artigos completos que atendem a determinados objetivos específicos. No Artigo 1foram verificadas relações significativas entre os três componentes executivos– Memória de Trabalho (MT), Controle Inibitório (CI) e Flexibilidade Cognitiva (FC) – e o desempenho em matemática, com predominância da MT enquanto preditora, seguida da FC e do CI. No Artigo 2 observou-se que tanto o desenvolvimento executivo, com ênfase na MT, quanto fatores ambientais exercem importante influência sobre os níveis de desempenho em matemática, devendo-se considerar ambos no desenvolvimento de intervenções e de políticas específicas voltadas à aprendizagem matemática. Por fim, no Artigo 3, evidenciou-se que o desempenho em matemática sofre o impacto do baixo desempenho executivo, especialmente considerando-se a MT e a FC, com ênfase nos aspectos sociodemográficos turno escolar e escolaridade dos pais como fatores associados às FE. Pode-se concluir, considerando os três artigos, que as hipóteses levantadas foram em sua maioria validadas, entendendo-se que os três componentes executivos básicos se apresentam significativamente relacionados ao desempenho em matemática, com ênfase na MT, melhor preditora da prontidão matemática, e na FC, habilidade identificada como mediadora entre o CI e o desempenho em matemática. Portanto, para melhores especificações, demanda-se por mais pesquisas na área que avaliem a tríade em sua relação com o desempenho em matemática, considerando especialmente amostras com idades acima dos 12 anos, o componente flexibilidade cognitiva e estudantes de turno integral. Além disso, sugere-se o desenvolvimento de pesquisas de intervenção direcionadas às FE básicas que avaliem o seu impacto sobre o desempenho de escolares em matemática.