Existe relação entre o uso moderado de cannabis e as funções executivas?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: PORFÍRIO, Jonas Caio Costa
Orientador(a): NOGUEIRA, Renata Maria Toscano Barreto Lyra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39531
Resumo: A cannabis é a droga ilícita mais consumida no planeta e o seu componente principal é o THC. Tendo em vista o grande número de usuários mundialmente, tem crescido a preocupação sob os possíveis efeitos adversos à saúde humana. No entanto, ainda não há consenso sobre os efeitos do uso de cannabis na cognição, especificamente nas funções executivas, um conjunto de processos que nos permitem resolver problemas, raciocinar de forma lógica e planejar ações futuras. Na literatura, os efeitos do uso de cannabis são inconclusivos. Alguns dados apontam déficits relacionados ao uso desta droga enquanto outros não conseguiram encontrar esta relação. Nestes estudos, a maioria dos participantes eram usuários pesados, ou seja, usavam diariamente esta droga e apresentavam sintomas de dependência. Entretanto, estudos epidemiológicos mostram que a grande maioria não usa esta droga diariamente e não apresentam sintomas de dependência. Tendo em vista tal falta de consenso na literatura em relação aos efeitos do uso de cannabis e a variabilidade no seu padrão de uso, o objetivo principal deste estudo foi avaliar o funcionamento executivo e seus componentes (memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e inibição comportamental), tomada de decisão e impulsividade em participantes que usam cannabis em comparação aos que não usam esta droga. Os participantes do grupo experimental usavam cannabis de forma moderada (não usavam diariamente) e tinham mais de 1 ano de uso (eram usuários crônicos). Além disso, não apresentavam sintomas de dependência. Participaram 60 alunos de graduação da Universidade Federal de Pernambuco. Foram utilizados o Teste de Trilhas (Parte B), Tarefa de Aposta de Iwoa, Teste de Stroop, Span de Dígitos Inverso, Escala de Impulsividade de Barrat e Escala de Severidade de Dependência. Nos resultados, os usuários moderados não apresentaram déficits em relação aos não usuários nas medidas de funções executivas, tomada de decisão e impulsividade.