“Como fazer sexo com homens trans” : arquivamento sobre práticas e materialidades em narrativas de youtubers

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: KICH, Francis Deon
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco; UFPE; Brasil; Programa de Pos Graduacao em Psicologia
• Palavras-chave em Português: Psicologia; Sexo; Transexualidade; Homens trans; Comportamento sexual
• Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38707

Esta pesquisa buscou compreender a sexualidade dos homens trans através da análise de seis vídeos do YouTube sobre como fazer sexo com eles. Para tanto, investigamos as contribuições contemporâneas que permitem a subversão de concepções naturalizadas sobre corpo e sexualidade; interrogamos se as narrativas dos homens trans subvertem a sexopolítica desconstruindo verdades estabelecidas sobre corpo, sexualidade, prática sexual e desejo; analisamos as estratégias que possibilitam suas práticas sexuais, assim como delineamos o lugar ocupado pelas materialidades na cena sexual. O método utilizado situa-se numa perspectiva qualitativa, de inspiração arquivística. As falas foram transcritas e foram realizadas capturas de frames a partir das quais se realizou uma análise discursiva. A cisnormatividade compulsória é interrogada enquanto modelo de regulação da sexualidade dos homens trans. Disforia, sentidos sobre corpo sexuado e uso de materiais prostéticos constroem uma paisagem sexual que compõe a vida erótica dos homens trans. Constatou-se que há um empenho na superação ontológica da cisheteronormatividade compulsória por meio da afirmação de um sujeito sexual e por uma releitura do corpo sexuado. As materialidades entram como constitutivas do corpo, da cena e da paisagem sexual borrando as fronteiras dos binômios natureza-cultura; homem-máquina; atividade-passividade. Por fim, concluiu-se que as práticas sexuais dos homens trans analisadas desvelam a naturalização do carácter ficcional da cisheteronormatividade como referência para se pensar a sexualidade humana.