Evidências de validade de um instrumento de rastreamento de disfagia orofaríngea em crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: VIEIRA, Victor Costa Alves Medeiros
Orientador(a): ARAÚJO, Claudia Marina Tavares de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42307
Resumo: Introdução: A Disfagia Orofaríngea (DO) é uma alteração da deglutição que compromete o transporte seguro de alimentos, líquidos e secreções da cavidade oral ao estômago, podendo estar associada a agravos clínicos e nutricionais, inclusive com risco de morte. Portanto, faz-se necessária a identificação precoce de sinais da DO em crianças, minimizando os impactos à qualidade de vida e ao desenvolvimento, que pode ser realizada com o uso de ferramenta de rastreamento/screening. Objetivo: Desenvolver e constatar evidências de validade baseadas no conteúdo, processos de resposta e estrutura interna do instrumento Rastreamento para Disfagia Orofaríngea em Crianças (RADOC). Metodologia: Trata-se de estudo de metodologia mista, sequencial, quali-quantitativo que seguiu as diretrizes do Standards for Educational and Psychological Testing. Para evidência de validade baseada no conteúdo, foi realizada revisão de literatura prévia a fim de subsidiar a elaboração dos itens para compor a primeira versão do instrumento. Esta versão foi avaliada por um grupo de juízes composto por 15 profissionais da área da saúde que atuam junto a essa população, pertencentes a categorias distintas, que analisaram as questões e realizaram sugestões de melhoramento. A concordância entre eles foi aferida por meio do índice de validade de conteúdo (IVC). Para evidência de validade baseada nos processos de resposta, dois profissionais da área da saúde aplicaram o instrumento em 32 acompanhantes de crianças de faixa etária entre dois e cinco anos e 11 meses, internadas em enfermaria de Hospital Pediátrico Terciário de grande porte. Em seguida, analisaram as questões e puderam sugerir alterações ou acréscimos. A etapa de obtenção das evidências de validade baseadas na estrutura interna contou com a participação de 122 pais de crianças da mesma faixa etária, de ambos os sexos, com e sem queixas de alterações na deglutição, que responderam o RADOC. Os dados desta fase foram analisados usando correlações item-total, interitem, análise fatorial exploratória e confirmatória, além de aplicação da Teoria de Resposta ao Item (TRI), por meio do modelo de Resposta Gradual de Samejima. Resultados: Em sua primeira versão, o RADOC foi constituído por 13 questões e, após análise do comitê de especialistas, uma foi retirada por não obter o IVC mínimo. Além disso, houve duas situações de aglutinação de itens, perfazendo um total final de nove perguntas com quatro chaves de respostas “nunca”, às vezes”, “muitas vezes” e “sempre”, exceto para o item três, que manteve o mesmo número de alternativas, mas as opções foram ajustadas, sendo elas: “sim”, “não, porque subiu”, “não, porque está abaixo do esperado” e “não sei informar”. A abordagem do teste piloto não impactou no número total de questões, porém repercutiu em alterações lexicais para favorecer a compreensão. O Alfa de Cronbach padronizado obteve índice de 0,946 e o coeficiente de correlação item-total apresentou valores acima de 0,300 para todos os itens, não implicando em alterações de qualquer um dos nove itens que compõem a atual versão da ferramenta. Todos os itens foram retidos em um único fator e demostraram carga fatorial mínima de 0,597, acima do valor de referência. Os resultados da TRI confirmaram a permanência dos nove itens propostos, pois todos discriminaram de forma aceitável, sendo os itens 6, 8 e 9 os que mais discriminam os indivíduos com e sem risco de DO. Conclusões: As evidências de validade baseadas no conteúdo, processos de resposta e estrutura interna do RADOC são satisfatórias. A versão atual do questionário possui nove itens, unifatorial, politômico, com escala Likert de quatro opções como chaves de respostas, demonstando potencial para identificar crianças na faixa etária de dois anos a cinco anos e 11 meses com e sem DO em ambiente clínico e na perspectiva epidemiológica de estimativa da prevalência da alteração na referida população.