Evolução dos conhecimentos de crianças sobre relações entre grafemas e fonemas na leitura e na escrita, após alcançarem uma hipótese alfabética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Eliane Lemos de
Orientador(a): MORAIS, Artur Gomes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25211
Resumo: A presente pesquisa buscou analisar a evolução na aprendizagem de relações grafema-fonema e fonema-grafema na leitura e na escrita de palavras, por alunos que há pouco haviam alcançado uma hipótese alfabética, a partir do registro dos erros e acertos que evidenciaram na leitura e escrita de regularidades diretas e contextuais do Português. Apoiamo-nos nos aportes da teoria da psicogênese da escrita de Ferreiro & Teberosky (1979), para o entendimento do alcance da hipótese alfabética, e nos pressupostos de estudiosos como Nunes (1990), Morais (2005, 2012) e Soares (2003, 2016), que preconizam a necessidade de investigação e ensino das relações grafema-fonema e fonema-grafema, após o alcance da hipótese alfabética. Nosso marco teórico também incorporou as principais teorias sobre o desenvolvimento da leitura e da escrita e pesquisas sobre leitura e escrita de palavras, e a aprendizagem da ortografia nos anos iniciais. Participaram da pesquisa alunos de turmas do 2º ano do ensino fundamental de uma escola da Rede Municipal de Vitória de Santo Antão-PE. Foram selecionados trinta sujeitos de quatro turmas do 2º ano, todos com hipótese alfabética de escrita. No início e no final do ano letivo, nossa metodologia, adotou duas principais etapas: 1) tarefa de escrita de palavras; 2) tarefa de leitura de palavras. Os resultados evidenciaram bom domínio das regularidades diretas, tanto na leitura como na escrita, desde o início do ano letivo. Com relação às regularidades contextuais, constatou-se evolução na leitura e na escrita correta da maioria delas, com maior percentual de acertos na tarefa de leitura. Houve maior êxito, em ambas as tarefas: i) no ÃO; ii) no r brando; iii) nas vogais tônicas I/U; iv) e nas regularidades baseadas no padrão silábico consoante-vogal. Com relação aos contextos com menor evolução, na tarefa de escrita, os resultados evidenciaram que estes se vincularam, principalmente, aos grafemas em sílabas CVC e CCV, com tendência das crianças a omitir uma consoante. Também houve mais erros de escrita ligados à marcação da nasalização com o uso do Ã, e do M e N, e na notação dos dígrafos, principalmente o RR e o GU. Já na tarefa de leitura, a maior dificuldade foi verificada na leitura do “GU”, observando-se tendência a reduzi-lo a sílaba CV, e na leitura do E e do O átonos em posição final. Na verificação do que denominamos de “condutas de leitura”, os resultados evidenciaram maior percentual de acertos na pronúncia das regularidades, na categoria “leitura não segmentada”, e maior revisão da pronúncia em alguns grafemas, na “leitura segmentada, com síntese”. Também houve maior aparecimento de erros por omissão do grafema em sílabas complexas, na “leitura segmentada, com síntese”. Erros por pronúncia de outra palavra e palavra sem significado foram mais frequentes na “leitura com repetição de letras e/ou sílabas”, e os erros por pronúncia do grafema e acréscimo de fonema a silaba ocorreram mais na “leitura segmentada sem síntese”. Concluímos que houve melhor desempenho dos aprendizes na leitura da maioria das regularidades contextuais, em comparação à escrita, nos dois períodos do ano analisados.