Heterogeneidade de conhecimentos sobre o sistema de escrita alfabética: estudo da prática docente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SILVA, Kátia Virginia das Neves Gouveia da
Orientador(a): LEAL, Telma Ferraz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24728
Resumo: Esta pesquisa buscou compreender as práticas de duas professoras alfabetizadoras, uma do 2º e outra do 3º anos do Ensino Fundamental e o tratamento dado por elas à heterogeneidade das turmas, no que diz respeito aos conhecimentos dos alunos sobre o Sistema de Escrita Alfabética (doravante SEA). A professora do 2º ano chamamos de Ana e a do 3º ano de Betânia. De modo específico, buscamos identificar e analisar: (1) as atividades propostas pelas professoras, investigando como foi tratada a heterogeneidade de conhecimentos do SEA; (2) os recursos didáticos utilizados nas aulas, investigando se/como contribuíram (ou não) para o atendimento dos alunos, quanto aos diferentes níveis de escrita; (3) os tipos de agrupamento dos alunos, analisando os critérios estabelecidos pelas professoras para organizarem os alunos considerando a heterogeneidade de conhecimentos do SEA; (4) os modos como as professoras interagiram com os alunos e mediaram situações de aprendizagem investigando como a heterogeneidade de conhecimentos do SEA foi tratada. Para alcançarmos tais objetivos tomamos como base os seguintes procedimentos metodológicos: selecionamos duas professoras que desde 2013 participavam da pesquisa “Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: formação de professores e impactos na prática docente”, coordenada pelas professoras Telma Leal, Ana Cláudia Pessoa e Ester Rosa, ao qual essa pesquisa está vinculada; aplicamos uma diagnose de escrita aos alunos das turmas para escolhermos os que seriam acompanhados; realizamos entrevistas com as professoras; e observamos dez aulas da professora do 2º ano e cinco da professora do 3º, para compreendermos como lidavam com a heterogeneidade de suas turmas em relação aos conhecimentos do SEA. As professoras demonstraram que para atender à heterogeneidade das turmas era necessário diversificar as atividades. A professora Ana também diversificou as formas de organização dos alunos durante as atividades, chegando a desenvolver numa mesma aula, até três tipos de agrupamento, juntando os alunos de acordo com os níveis de escrita. Além disso, as atividades propostas por essa professora contemplaram os quatro eixos de ensino da Língua Portuguesa (leitura, produção de texto, análise linguística e oralidade), dando ênfase principalmente aos dois primeiros. A professora Betânia só modificou a forma de organização da turma uma única vez, no entanto, não usou o mesmo critério que a professora Ana, ao contrário, deixou alguns alunos de fora da atividade ou formando par com colega de mesmo nível de escrita. Também não contemplou todos os eixos de ensino e deu ênfase à leitura e à análise linguística. Os dados evidenciaram que as professoras também diversificavam os recursos utilizados nas aulas, porém não tinham clareza sobre os objetivos didáticos. Por meio dos dados analisados foi possível identificar diferentes modos de lidar com a heterogeneidade em sala de aula, com ações de diversificação das atividades, dos modos de organização dos alunos e da produção e seleção de recursos didáticos variados. No entanto, nem sempre as estratégias adotadas favoreciam a apropriação de conhecimentos pelos alunos não alfabéticos, evidenciando dificuldades das docentes para atender às diferentes necessidades em sala de aula.