A Copa do Mundo de 2014 em Pernambuco : uma análise dos favoráveis e críticos aos interesses FIFA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SILVA, Itamá Winicius do Nascimento
Orientador(a): MORAIS, Josimar Jorge Ventura de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Sociologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44449
Resumo: A presente pesquisa busca analisar as narrativas envolvendo os polos discursivos em torno da realização da Copa do Mundo FIFA em Pernambuco. Considerando a Copa do Mundo como um megaevento esportivo de alcance mundial, pondero que existiram dois polos discursivos durante a preparação dessa competição: um polo defensor dos interesses da FIFA, aglutinando políticos, classe dominante local e multinacionais; e um polo crítico a esses interesses que é representado, neste trabalho, pelo Comitê Popular da Copa PE. As narrativas e suas representações são investigadas tomando como base matérias jornalísticas do Diario de Pernambuco, dentro de um recorte temporal que vai de outubro de 2007 a maio de 2013. Dentro dessa temporalidade, foi possível identificar uma representação hegemônica do polo discursivo favorável à ideia da Copa do Mundo como um investimento e, com isso, promotor de legados ao país-sede. Por outro lado, o polo discursivo crítico à realização do megaevento no estado, não foi devidamente representado nas matérias analisadas, sendo problematizado seu silenciamento. Por conta de tal silenciamento, analiso a narrativa desse polo crítico através de um dossiê produzido pelo citado Comitê Popular da Copa PE. O silenciamento dos críticos e a representação dos favoráveis em um tradicional e expressivo veículo de comunicação local, evidencia que a Copa do Mundo FIFA 2014 em Pernambuco reproduziu uma tendência nacional onde vários atores buscaram legitimar a maciça presença de dinheiro público na realização de um megaevento esportivo privado, aprofundando problemas estruturais do capitalismo dependente brasileiro.