A participação socioespacial das reprsentações de bairro na gestão e no panejamento de Campina Grande/PB: “ativismos” entre precariedades democrático-cidadãs

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SARAIVA, Luiz Arthur Pereira
Orientador(a): SÁ, Alcindo José de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambucano
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17803
Resumo: O presente trabalho aborda o potencial participativo das representações de bairro nas práticas recentes de gestão e planejamento urbano da cidade de Campina Grande/PB, sob as perspectivas da cidadania e da democracia geografizadas em seu cotidiano. A pesquisa traz a tese de que os modelos de gestão e planejamento urbanos da cidade de Campina Grande/PB, vigentes desde meados da década de 1990 até meados da segunda década do século XXI, intensificaram a desigualdade e a exclusão urbano-espaciais mediante o ideário mercadológico instituído nas legislações, políticas urbanas e parcerias envolvendo o Estado e o capital, depreciando os espaços políticos das representações de bairro e contribuindo para o estabelecimento de diferentes padrões territoriais de democracia-cidadania, além de dificuldades quanto à participação políticarepresentativa e cumprimento dos direitos (civis, políticos e sociais) da população frente ao poder local. O objetivo geral consistiu em compreender as relações e práticas socioespaciais entre o Estado, na figura do poder público local-municipal, e as representações de bairro, enquanto entidades político-espaciais da sociedade civil, na cidade de Campina Grande/PB mediante os atuais modelos de gestão e planejamento urbanos. No que tange aos objetivos específicos, esses foram analisar a adoção e desdobramentos dos vigentes modelos de gestão e planejamento urbanos campinenses, baseados no empresarialismo urbano e no desenvolvimento geograficamente desigual de cunho mesoescalar; elucidar espacialmente as relações de poder (aqui incluindo suas estratégias, práticas e instrumentos) de poder envolvendo as dinâmicas e os agentes sociais previamente elencados no espaço urbano campinense, enfatizando as instituições do poder público local e da sociedade civil; caracterizar as práticas participativas de representações de bairro da cidade enquanto espaços historicamente políticos de ativismo e resistência, bem como as relações que estabelecem com o poder público local; e abordar os usos e as dinâmicas a partir da relação dialético-geográfica entre democracia e cidadania políticoterritoriais, enquanto possibilidades no cotidiano campinense. Quanto aos procedimentos metodológicos e técnicas de pesquisa, parte-se do método de abordagem materialista históricodialético em diálogo com outros vieses críticos. Foram realizados levantamentos bibliográfico e documental, assim como as visitas in loco a alguns bairros da cidade e espaços políticos institucionalizados, com suas devidas observações, descrições e coleta de dados/informações. Também foram aplicados questionários e visitas foram realizadas às instituições para acompanhar a gestão urbana de Campina Grande. Tem-se ainda o recolhimento de depoimentos e realização de entrevistas semiestruturadas com representantes populares atuais e anteriores dos moradores, enfatizando o contexto político e os conflitos inerentes ao cotidiano estudado. Por fim, se faz necessário o registro fotográfico de vários objetos espaciais, além de tratamento cartográfico para representação das espacialidades e contextos relacionados. A pesquisa justifica-se na contribuição à discussão dos espaços urbanos em suas dimensões políticas, com ênfase aos seus potenciais de participação e representação civil, política e social, na exequibilidade pelo acesso ao contexto em questão, incluindo o contato com representações instituídas da população e órgãos públicos responsáveis, pelo cotidiano compartilhado na condição de morador, transeunte e usuário da cidade, além do amadurecimento das ideias e reflexões decorridas ao longo outros trabalhos junto à necessidade de pensamento do constante agravamento das desigualdades e expressões da questão urbana.