Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
FREIRE, Vera Christine Cavalcanti |
Orientador(a): |
NASCIMENTO, Cristiano Felipe Borba do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37680
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Resumo: |
O presente trabalho discute os espaços da loucura à luz da reforma psiquiátrica brasileira (2001) e a partir da arquitetura dos edifícios constitutivos desse processo. Tem como interesse o estudo do dispositivo estratégico da reforma, que recebe o atributo de lugar social pelo Ministério da Saúde: os centros de atenção psicossocial (CAPS). Baseada no modelo italiano de desinstitucionalização, como resposta à mobilização de profissionais da saúde e da sociedade civil, associada às limitações financeiras do Estado, a reforma se pauta em práticas totalmente diferentes das aplicadas nos hospitais psiquiátricos (pré-reforma) e estabelece novas “regras” sociais e espacialidades. Nos primeiros quinze anos da reforma, de forma geral, os CAPS foram instalados em imóveis originalmente residenciais (o espaço doméstico) como negação ao modelo espacial hospitalocêntrico (o espaço institucional manicomial). Funcionando como uma condição intermediária entre os dois modelos e, supostamente, negando o padrão espacial de exclusão, analisam-se, empiricamente, três CAPS inaugurados em 2002 que se situam na cidade do Recife-PE. A pesquisa investiga, à luz da Teoria da Lógica Social do Espaço, a identidade desses CAPS. Os resultados indicam uma mutação da sua organização espacial e de sua estrutura social, revelando as propriedades do padrão doméstico, mas com certo grau de institucionalidade. Eis o espaço híbrido: o doméstico-institucional. Tal identidade, portanto, merece desenvolvimento em estudos futuros, de modo a aprofundar a compreensão sobre os resultados e as consequências observadas da arquitetura desse espaço que não se pretende institucional. Devido à relação entre práticas sociais e o ambiente edificado, quaisquer incompletudes nos processos e nos hábitos institucionais terão notável repercussão na dimensão espacial, assim como a recíproca também será verdadeira. Retoma-se a fábula utilizada por Basaglia para metaforizar a presença institucional (a serpente) na sociedade (o homem). Mesmo em meio às novas regras e espacialidades... a serpente se encontra presente. |