Lectina e metabólitos secundários do cerne de Myracrodruon urundeuva: atividades antioxidante, antifúngica sobre Fusarium e termicida sobre Nasutitermes corniger

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Henrique Napoleão, Thiago
Orientador(a): Maria Guedes Paiva, Patrícia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1536
Resumo: Cerne de Myracrodruon urundeuva é resistente à biodeterioração por fungos e cupins que promovem danos severos à madeira. Este trabalho descreve as atividades antioxidante, antifúngica e repelente contra Nasutitermes corniger de metabólitos secundários de cerne de M. urundeuva e atividade termiticida da lectina de cerne de M. urundeuva (MuHL). Extrato salino (ES, preparação com atividade hemaglutinante) e extrato metanólico (EM, sem atividade hemaglutinante) contêm compostos fenólicos, ácido gálico, flavonóides, luteolina, derivados cinâmicos, proantocianidinas, taninos hidrolisáveis e leucoantocianidinas. Ambos ES e EM mostraram atividade antioxidante e foram efetivos na inibição do crescimento de Fusarium. ES foi eficiente contra F. decemcellulare, F. moniliforme, F. oxysporum, e F. solani, mas ele teve pouco efeito contra F. lateritium. EM praticamente não teve efeito sobre F. decemcellulare e foi mais ativo do que ES contra F. lateritium. ES induziu mortalidade de N. corniger (CL50 de 1,81 mg/mL para soldados e 2,59 mg/mL para operários) e não teve atividade repelente. EM não teve atividade termiticida, mas foi um bom repelente. A presença de MuHL foi detectada em ES. MuHL foi isolada por cromatografia de afinidade (coluna de quitina) e o efeito da lectina sobre N. corniger foi avaliado pelos ensaios termiticida e repelente. MuHL foi submetida a tratamento com tripsina e analizada para a presença de contaminantes não protéicos. A atividade da lectina foi inibida pelo monossacarídeo N-acetilglicosamina e adsorveu na coluna de quitina. A preparação lectínica foi livre de metabólitos secundários que podem promover a mortalidade de insetos. Contato com lectina em todas as concentrações induziu mortalidade dos cupins. Os valores de CL50 foram 0,248 mg/mL para operários e 0,199 mg/mL para soldados, após 4 dias. Ensaio repelente indicou que a lectina não induziu um efeito de rejeição. A lectina permaneceu ativa após incubação com tripsina bovina. Este é o primeiro relato do efeito tóxico de lectinas sobre térmitas. As bioatividades detectadas assinalam a possibilidade da participação de metabólitos secundários e MuHL na resistência do cerne de M. urundeuva à biodeterioração. Adicionalmente, os resultados indicam o uso de resíduos de madeira como fonte de agentes bioativos naturais