Avaliação da atividade de lectinas de Opuntia ficus indica, OfiL, e de Moringa oleifera, cMoL e WSMoL, na sobrevivência de cupins da espécie Nasutitermes corniger

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Souza, Igor Felipe Andrade da Costa de
Orientador(a): Coelho, Luana Cassandra Breitenbach Barroso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12652
Resumo: Lectinas são um grupo heterogêneo de proteínas ou glicoproteínas, de origem não imunológica, que se ligam de maneira específica e reversível a carboidratos. As lectinas apresentam diversas propriedades biológicas, incluindo atividade inseticida. A Opuntia ficus indica (palma-forrageira) é um dos mais importantes e estratégicos recursos forrageiros no Semi-árido brasileiro, apresentando extrema resistência à seca, podendo servir de alimentos para os animais, sendo o único alimento disponível durante o período de seca. Uma lectina foi isolada dos cladódios da O. ficus indica, OfiL. OfiL é uma proteína ligadora de quitina, de natureza aniônica e massa molecular 8,4 kDa. A Moringa oleifera é um espécie vegetal perene que pode se desenvolver tanto em condições irrigadas como de seca, sendo pouco exigente quanto ao tipo de solo e adubação, bem como, tolerante às pragas e doenças. Essas características fazem da moringa uma boa alternativa para cultivo em larga escala no território brasileiro. Duas lectinas foram isoladas de suas sementes, cMoL e WSMoL, ambas capazes de se ligar a quitina, com naturezas catiônica e aniônica, respectivamente. A cMoL é constituída por subunidades de massas moleculares 14,9 e 26,5 kDa e WSMoL possui subunidades de 5 kDa. Os térmitas ou cupins são pequenos insetos da Ordem Isoptera que apresentam comportamento eussocial. Nas colônias, estão divididos em castas morfológica e funcionamente distintas. Nasutitermes corniger é uma espécie de cupim com ampla distribuição nas Américas. No Brasil, esta espécie é considerada uma praga urbana. A utilização de inseticidas sintéticos pode acarretar em diversos perigos para organismos não-alvo e para o meio ambiente. Recentemente, a atividade termiticida de diferentes lectinas de plantas tem sido descrita, o que desperta o interesse em investigar outras plantas como novas fontes de lectinas ativas contra N. corniger. Nesse sentido, o trabalho teve por objetivo analisar as possíveis ações inseticida e repelente de OfiL, cMoL e WSMoL sobre N. corniger. O teste de atividade termiticida foi realizada com cupins operários e soldados (na proporção de 4:1), os quais foram colocados em contato com papéis de filtro embebidos com preparações das lectinas nas concentrações de 0,125 a 1,5 mg/mL. A taxa de mortalidade (%) foi avaliada diariamente. A atividade repelente foi avaliada observando a construção de túneis no ágar pelos cupins e fechamento das galerias em resposta a presença da amostra lectínica. OfiL (1,5 mg/mL), apresentou atividade termiticida (p<0,05) sobre soldados; OfiL induziu a mortalidade (p<0,05) de operários nas concentrações de 0,25 a 1,5 mg/mL, sendo possível a determinação, após 4 dias, de uma CL50 de 0,166 mg/mL. A cMoL foi ativa (p<0,05) apenas sobre operários na concentração de 1,5 mg/mL. A WSMoL foi ativa (p<0,05) na concentração de 1,5 mg/mL contra operários e soldados. Nenhuma das lectinas apresentou atividade repelente sobre os cupins. Em conclusão, OfiL, cMoL e WSMoL mostraram efeitos distintos sobre as castas de N. corniger. A OfiL possui potencial biotecnológico para o uso em controle de pragas de cupins N. corniger, pois foi altamente tóxica em baixas concentrações sobre os operários.