Lectinas de cerne e entrecasca de Myracrodruon urundeuva: atividade antimicrobiana e larvicida sobre Aedes aegypti

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Soares Gomes, Francis
Orientador(a): Maria Guedes Paiva, Patrícia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1492
Resumo: Sementes de plantas são fontes de lectinas, proteínas que interagem com carboidratos e promovem aglutinação de eritrócitos. A interação de lectinas com carboidratos resulta em atividades antimicrobiana e inseticida encontradas nessas proteínas. Cerne de Myracrodruon urundeuva é resistente a fitopatógenos. Aedes aegypti transmite os agentes etiológicos da febre amarela e da dengue. Vacina para o vírus da dengue não é disponível e o controle do vetor é essencial para minimizar a incidência da dengue. Este trabalho relata o isolamento das lectinas de entrecasca (MuBL) e cerne (MuHL) de M. urundeuva. Avaliação da atividade antimicrobiana de MuHL contra bactérias e fungos que atacam plantas, incluindo madeira, e os efeitos de MuHL e MuBL sobre larvas de A. aegypti foram também descritos. Atividade larvicida foi investigada com extratos, frações salinas e lectinas isoladas. As lectinas foram isoladas por tratamento do extrato bruto com sulfato de amônio seguido por cromatografia em coluna de quitina. MuBL e MuHL foram avaliadas por eletroforese em condições nativas (PAGE) e desnaturantes (sulfato sódico de dodecila, SDS-PAGE). A especificidade a carboidratos das lectinas foi avaliada pelo ensaio de inibição da atividade hemaglutinante (AH) usando N-acetil-Dglicosamina e por cromatografia de afinidade sobre N-acetil-Dglicosamina imobilizada em gel de agarose. PAGE caracterizou MuBL e MuHL como proteínas básicas de massas moleculares 14,0 e 14,4 kDa, respectivamente. A interação das lectinas com N-acetil-Dglicosamina foi detectada pela inibição da AH pelo monossacarídeo e adsorção das lectinas na matriz de N-acetil-D-glicosamina. MuHL inibiu bactérias Gramnegativa e Gram-positiva e foi mais efetiva que o antifúngico Cercobin na inibição do crescimento de fungos fitopatogênicos. Todas preparações de M. urundeuva promoveram mortalidade larval. Foram obtidos valores de CL16, CL50 e CL84 de 0,077, 0,125, 0,173 para MuBL e 0,03, 0,04 e 0,05 mg/mL para MuHL. A atividade antimicrobiana detectada revela o possível papel de MuHL na resistência do cerne de M. urundeuva contra agentes biológicos deteriorantes. A lectina de M. urundeuva é o primeiro peptídeo bioativo encontrado em cerne, provavelmente estocado como uma proteção química contra biodegradação. Para nosso conhecimento este é o primeiro relato de atividade larvicidal de lectinas contra A. aegypti