A temática indígena nos anos iniciais do ensino fundamental: um estudo das práticas curriculares docentes em Pesqueira - PE
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17271 |
Resumo: | Atualmente, discutir sobre o lugar da temática indígena no contexto escolar é necessário. Relacionado a essa questão, o presente estudo se propôs adentrar esse campo de discussões, buscando uma aproximação com os debates sobre o ensino da temática indígena na Educação Básica, uma vez que a Lei n.º 11.645/2008 tornou-o obrigatório nas escolas públicas e privadas de todo o Brasil. Nesse propósito, nosso objetivo fora compreender as práticas curriculares docentes a respeito da referida temática nos anos iniciais do Ensino Fundamental nas escolas municipais de Pesqueira (PE). Nossa opção pela referida Rede de Ensino, deu-se em razão de naquele município habitar o povo Xukuru do Ororubá, constituindo-se como a maior população indígena em Pernambuco. Esse fator parecia incidir sobre aquelas escolas como um campo fértil para vivências pedagógicas voltadas para a Educação das relações étnico-raciais. Como fundamentos metodológicos, adotamos a etnografia como uma das possibilidades interpretativas das práticas curriculares analisadas, considerando a necessidade de um estudo de campo que favorecesse o contato direto com o contexto escolar e os sujeitos participantes. Por meio desse, fora estabelecido um diálogo permanente envolvendo conversas informais, entrevistas e análises das atividades pedagógicas, dos subsídios didáticos e documentos curriculares que orientaram as respectivas práticas. Dada a especificidade do nosso objeto de estudo, fora necessário uma incursão teórica interdisciplinar, a qual tomamos como aporte, estudos de autores do campo da Educação e do Currículo, a exemplo de Antônio Flávio Moreira (2002, 2008, 2010); Elizabete Macedo e Alice C. Lopes (2011); Tomaz Tadeu da Silva (1995, 1999, 2000, 2008); J. Gimeno Sacristán (2000), dentre outros; sobretudo no campo da História e da Antropologia, incluindo Maria Regina Celestino de Almeida (2010); Edson Silva (2004, 2008a, 2008b, 2012, 2013); João Pacheco de Oliveira (1995, 2003, 2004, 2011); Manuela C. da Cunha (1995, 2012); Gersem dos Santos Luciano (2006); Vânia R. F. de P. Souza (1992, 1998, 2011); e Kelly Oliveira (2013, 2014). Bem como outros autores vinculados aos chamados Estudos Culturais Pós-Estruturalistas, como Stuart Hall (1999, 2000), Homi Bhabha (1998). No diálogo estabelecido entre teoria e prática, percebemos que as vivências curriculares acerca da temática indígena naquele contexto educacional eram heterogêneas e difusas, assim reunindo um repertório de temas e diversas formas de abordá-los, a exemplo de selecionarem assuntos referentes à história e às expressões socioculturais vivenciadas por esses povos no passado e na atualidade; desde o interesse por conteúdos relacionados com a população indígena brasileira em geral, a uma aproximação com a situação atual do povo Xukuru do Ororubá. Também identificamos alguns fatores que dificultavam a abordagem da respectiva temática: dentre esses, a existência de um currículo que privilegia os componentes curriculares referentes à Língua Portuguesa e matemática; a carência de formação contínua destinada às professoras e equipes gestoras a respeito da História e das culturas dos povos indígenas; a falta de um planejamento institucional que inclua ações a esse respeito no Projeto Político Pedagógico das escolas; e a carência de subsídios pedagógicos que evidenciem as reconfigurações históricas e socioculturais dos povos indígenas no Brasil. |