Alfabetização e inclusão: o trabalho com a consciência fonológica e o desenvolvimento da escrita em um aluno com deficiência intelectual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Ariana Santana da
Orientador(a): CAVALCANTE, Tícia Cassiany Ferro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33592
Resumo: O presente estudo teve como objetivo analisar como intervenções pedagógicas com atividades de consciência fonológica podem favorecer o desenvolvimento de habilidades de escrita de um aluno com deficiência intelectual matriculado no 1º ano do ensino fundamental da Rede Municipal do Recife. Situamo-lo em uma abordagem qualitativa, pois que reconhecemos que nosso campo de pesquisa, a escola, é um espaço inerente de interações mútuas entre sujeito-sujeito e sujeito-objeto. Tratou-se de um estudo de caso complexo, desenvolvido em uma situação natural. Como estratégia metodológica, adotamos a pesquisa-intervenção por acreditar na interconexão entre teoria e prática, tendo como procedimentos para construção de dados: observações sistemáticas ou planejadas; entrevistas semiestruturadas; atividades de sondagem sobre o nível de aprendizagem e desenvolvimento do sujeito alvo da pesquisa no que se referem a habilidades de consciência fonológica e apropriação do sistema de escrita alfabético, e, por fim, planejamento e mediações de intervenções pedagógicas. Adotamos as contribuições teóricas de, entre outros, Lev Vigotski, pioneiro nos estudos sobre os processos de aprendizagem e desenvolvimento de pessoas com deficiência ainda no início do século XX; e Alexander Luria que se propôs a investigar o desenvolvimento da aquisição da escrita na criança. Para análise e interpretação dos dados, fizemos uso da Análise do Discurso de origem francesa por compreender que esta metodologia nos possibilita maior aproximação com os sentidos ideológicos empregados nas produções discursivas dos nossos sujeitos, sejam elas verbais ou não verbais. O estudo apresenta indícios de que as representações sociais criadas historicamente sobre a deficiência intelectual, responsáveis pela criação de diversos estigmas e preconceitos, ainda tem orientado as práticas docentes no processo de ensino-aprendizagem dispensado aos alunos com essa deficiência; também aponta que a ausência de simples adequações curriculares, bem como da efetiva mediação das atividades de linguagem constituíam as principais barreiras para que o estudante pudesse acessar os conceitos abstratos e complexos da língua escrita, tão pouco que pudesse compreender sua relação com a língua oral. Também, aponta para a semelhança entre os resultados apresentados pelo aluno com deficiência intelectual nas atividades diagnósticas de escrita e consciência fonológica e o que a literatura vem apontando como resultados em alunos sem deficiência. Evidenciamos, também, a importância da mediação simbólica para o desenvolvimento de funções psicológicas superiores; as estratégias de mediação de signos linguísticos de segunda ordem, como a língua escrita, possibilitou que o sujeito da pesquisa reelaborasse sua relação com a escrita e pudesse avançar na compreensão sobre seus aspectos constitutivos. Ainda no tocante à relação entre o desenvolvimento de habilidades de consciência fonológica e o recíproco desenvolvimento da língua escrita, podemos confirmar que essa relação também é existente em sujeitos com deficiência intelectual tanto quanto apresentam os demais estudos que investigam a mesma relação em sujeitos sem deficiência intelectual.