Dinâmica das relações sociais no processo de aleitamento materno em apoio aos pais com deficiência visual

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: OLIVEIRA, Jones Sidnei Barbosa de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco; UFPE; Brasil; Programa de Pos Graduacao em Enfermagem
• Palavras-chave em Português: Rede social; Apoio social; Pessoas com deficiência visual; Aleitamento materno
• Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40103

As dinâmicas das relações sociais podem influenciar de maneira positiva ou negativa no início e manutenção da prática do aleitamento materno. Por isso é necessário que os pais com deficiência visual, em processo de aleitamento materno, tenham o apoio positivo da sua rede social, principalmente de familiares, amigos e profissionais da saúde. O enfermeiro, enquanto membro dessa rede e facilitador das ações de educação em saúde precisa identificar como acontecem essas relações sociais e promover ações de promoção e proteção à amamentação. Este estudo objetiva compreender as dinâmicas das relações sociais no processo de aleitamento materno em apoio aos pais com deficiência visual. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e qualitativo, ancorado na Teoria de Rede Social de Sanicola e modelado conforme a Metodologia Interativa, guiado pelo Círculo Hermenêutico-Dialético como técnica para coleta de dados, proposta por Oliveira. A pesquisa foi desenvolvida em quatro instituições destinadas ao atendimento de pessoas com deficiência visual, situadas em Recife-PE. A amostra foi intencional, por critério de saturação teórica, constituída por cinco pessoas com deficiência visual, atendidas nas instituições de apoio a pessoas cegas ou com baixa visão, e que possuíam vivência em amamentação, independente do período de duração do aleitamento materno do último filho. Para entender o histórico da realidade social, cinco profissionais institucionais participaram da pesquisa. A coleta de dados deu-se por entrevista presencial, semiestruturada, com questões relacionadas às características sociodemográficas, e um roteiro centrado nas categorias teóricas – Aleitamento Materno, Dinâmica Relacional e Rede social – empíricas e unidades de análise. A análise dos dados pautou-se na Metodologia Interativa, representada pelo Círculo Hermenêutico-Dialético e Hermenêutica Dialética de Minayo. Os preceitos éticos e legais foram considerados. Originaram-se três categorias empíricas: Vivências sobre o aleitamento materno do último filho; Relacionamento com as pessoas do círculo de convivência na amamentação do último filho; Modos/maneiras de envolvimento das pessoas no aleitamento materno do último filho. De uma maneira geral a dinâmica de relações sociais durante o processo de aleitamento materno foi relatada como satisfatória, tranquila e boa. Os principais apoios ofertados foram informações, visitas no puerpério, conselhos/dicas e incentivo para continuar a amamentação exclusiva, os quais não foram suficientes para evitar o desmame precoce e amamentação cruzada. Ressalta-se que os serviços de saúde foram retratados pelos profissionais institucionais como frágeis, burocráticos e os operadores necessitam de preparo para atender as necessidades das pessoas com deficiência visual. Para estes profissionais, os pais com deficiência visual se sentem seguros ao receberem suporte de familiares e amigos, porém, isso não pode limitar a autonomia e independência desses pais. Os profissionais da saúde, principalmente os enfermeiros, atores sociais da rede social secundária, precisam saber identificar a conformação das relações sociais para poder cuidar dos pais com deficiência visual e de sua rede social. Nesse cuidado podem-se desenvolver ações de educação em saúde que oportunize reconstruir laços rompidos para incentivar a promoção do aleitamento materno. O presente estudo procura fornecer fundamentos para subsidiar futuras ações de educação em saúde, construção de materiais educativos e tecnologias assistivas às pessoas com deficiência visual.