Atlas de figuras baldias : a produção cultural de imagens-ruína e a estética do luto pela cidade no recife contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: ARAÚJO, Fabiano Lucena de
Orientador(a): REESINK, Mísia Lins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52248
Resumo: O objeto desta tese incide nas relações sociais entre produtores culturais ativistas pela agenda do direito à cidade, mediadas pelas imagens técnicas (a fotográfica, a audiovisual e suas representações digitais) ou pelas imagens textuais presentes em manifestos escritos, que refletem formas específicas de usar e encarar o espaço urbano, proporcionando respostas culturais para os processos de modernização. A pesquisa teve como objetivo principal compreender os contextos diferenciados em forma de tradução imagética das práticas socioespaciais específicas, desdobrando-se, nesse sentido, em delimitar um recorte da produção cultural, priorizando a dimensão visual das imagens, o que sucedeu-se pela aproximação etnográfica do pesquisador com os interlocutores, elegendo linguagens e suas formas de encarar a cidade em detrimento de outras. O recorte empregado foi o de artivismos urbanos expressos na I) extensão universitária e assessoramento sobre planejamento urbano dos movimentos sociais do bairro da Várzea, e II) videoativismo e produção audiovisual. realizada pelos ex-moradores e frequentadores do Edifício Monte Castelo e pelo engajamento direcionado aos cinemas de rua. Além da constatação das especificidades das formas de ocupar e encarar o espaço urbano refletidas nas imagens e ações realizadas, que são manifestas nas respostas culturais e nas diversas modalidades de artivismos, da contradição entre uma correspondência econômica direta de classe social e uma dinâmica particular inerente ao campo da produção cultural, neste contexto também foi observada a regularidade da ruína. Tal condição revela uma situação dialética que caracteriza as imagens como ruína - registro ou rastro de um contexto particular considerado patrimônio cultural ameaçado - e das ruínas - como objeto representado em imagens– - inscrevendo um aspecto do objeto de pesquisa - imagens-ruína - como realidade que assume uma contradição inerente da passagem temporal: envolvendo precariedade e resistência, simultaneamente. Outra forma de caracterizar as respostas culturais em relação à percepção urbana da ruína por estes sujeitos, constitui o processo de desruinização, que consiste num reconhecimento do valor de algo menosprezado ou que supostamente despertaria um melancolia espacial no sentido empregado por Yael Navaro-Yashin, num momento em que se apercebe um dado explícito de precariedade, mas não se produz uma desmobilização dos sujeitos.