Efeitos de uma intervenção educativa problematizadora para a promoção de estilos de vida saudáveis em idosos diabéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: BORBA, Anna Karla de Oliveira Tito
Orientador(a): ARRUDA, Ilma Kruze Grande de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18758
Resumo: O envelhecimento populacional vem ocorrendo de forma rápida, principalmente nos países em desenvolvimento, acarretando maior prevalência de doenças crônicas não-transmissíveis. Dentre elas, destaca-se o diabetes mellitus que está associado a maior mortalidade, institucionalização, redução da capacidade funcional e complicações crônicas em idosos. O consumo de uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física são a base do tratamento para o controle da doença, contudo a adesão é insatisfatória. A educação para o autocuidado em diabetes proporciona conhecimento, habilidade, atitude e motivação para a mudança comportamental, porém existe a necessidade de definição das melhores abordagens educativas voltadas ao público idoso. Desta forma, o presente estudo teve como principal objetivo avaliar os efeitos de uma intervenção educativa problematizadora para a promoção de estilos de vida saudáveis em idosos diabéticos por meio de um ensaio clínico randomizado realizado nas Unidades de Saúde da Família da cidade do Recife, Pernambuco, entre agosto de 2014 a agosto de 2015. Duzentos e dois idosos diabéticos foram recrutados e aleatoriamente alocados em dois grupos de estudo: Intervenção que além do atendimento de rotina ao idoso com diabetes participou de educação grupal problematizadora ou Controle que participou apenas do atendimento de rotina ao idoso com diabetes, ambos monitorizados durante seis meses. Os desfechos primários incluíram as variáveis de conhecimento sobre o diabetes, atitude para o autocuidado, consumo alimentar, prática de atividade física e níveis de hemoglobina glicada. Já os secundários foram tabagismo, consumo de bebida alcoólica, peso, Índice de Massa Corporal e circunferência da cintura. Na linha de base do estudo, foi realizado um corte transversal para investigar o conhecimento sobre o diabetes, atitude para o autocuidado e os fatores associados. O modelo de regressão logística identificou que morar sozinho foi fator de proteção e a baixa escolaridade fator de risco para o conhecimento insuficiente e atitude negativa para o autocuidado, respectivamente. Após seis meses de atividade educativa grupal problematizadora, de frequência mensal e duração média de 2 horas, observou-se aumento do conhecimento sobre a doença (p<0,001), atitude positiva para o autocuidado (p=0,011), prática de atividade física (p=0,020) e variedade da dieta (p=0,002), porém não foi associada à redução dos parâmetros antropométricos e dos níveis de hemoglobina glicada (p>0,05). Conclui-se que a intervenção educativa problematizadora quando comparada ao atendimento de rotina ao idoso com diabetes na USF mostrou-se eficaz para à maior conscientização dos idosos diabéticos à promoção de estilos de vida saudáveis. Faz-se necessário, a realização de outros estudos utilizando essa abordagem metodológica, capacitação dos profissionais de saúde para o seu emprego nas atividades educativas e maior interlocução entre a equipe que compõe a Estratégia Saúde da Família e o Núcleo de Apoio a Saúde da Família no intuito de uma assistência interdisciplinar com vistas à mudança da práxis dos profissionais de saúde que prestam assistência ao idoso com diabetes na atenção primária de saúde.