Fatores associados a não adoção de comportamentos saudáveis entre indivíduos com hipertensão arterial e diabetes mellitus no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dionato, Franciele Aparecida Vecchia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/14890
Resumo: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) têm grande impacto na mortalidade mundial e nacional, dentre essas focaremos nas doenças cardiovasculares (DCV) e o diabetes mellitus (DM). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a principal causa de DCV. Para o controle de HAS e DM fazse necessário que os portadores adotem hábitos de vida saudáveis, tais como prática de atividades físicas, alimentação saudável, diminuição do consumo de álcool e abdicação ao tabaco. Essas práticas são desafiadoras na prevenção e controle das DCNT. O objetivo desse estudo foi identificar os fatores associados a não adoção de comportamentos saudáveis em hipertensos e diabéticos brasileiros. Trata-se de um estudo transversal que utilizou o questionário individual da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013. A variável desfecho foi a não adoção de hábitos saudáveis (adoção de 2 ou menos comportamentos saudáveis). Foram considerados hábitos saudáveis para hipertensos: muito baixo/baixo/adequado consumo de sal, consumo adequado de frutas, legumes e verduras (5x/dia), não fumar, não beber em excesso e praticar atividade física regularmente (≥150 min/semana). Para diabéticos o sal foi substituído por baixo consumo de açúcar (< 1 vez/semana). Mais de 70% dos hipertensos e diabéticos receberam recomendação sobre comportamentos saudáveis em algum estabelecimento público. A recomendação mais frequentemente mencionada pelos hipertensos foi “ingerir menos sal” (91,1%) seguido de “manter alimentação saudável” (88,3%). Entre os diabéticos, foi “manter alimentação saudável” (94,8%), seguido de “manter o peso adequado” (91,8%). Os comportamentos saudáveis mais adotados pelos adultos hipertensos foi o não consumo excessivo de bebida alcoólica (91,5%), seguido do hábito de não fumar (86%) e entre os diabéticos foi “não consumir bebida alcoólica em excesso” (94,1%), seguido por “não fumar” (89,1%). Entre os hipertensos, 63,8% não adotam comportamentos saudáveis e entre os diabéticos a proporção foi de 49,3%. Os resultados da análise multivariada para hipertensos mostraram que o menor tempo de diagnóstico da doença (OR=1,21, IC95%: 1,02-1,42), não usar medicamentos (OR= 1,38, IC95%: 1,13-1,68), não ir ao médico regularmente (OR=1,43, IC95%: 1,23-1,65) e ter boa autopercepção da saúde (OR=1,16, IC95%: 1,00-1,36) aumentaram a chance dos indivíduos não adotarem comportamentos saudáveis. Para os diabéticos, indivíduos que não fazem uso de medicação têm maior chance de não adotarem comportamentos saudáveis (OR=1,37, IC95%: 1,02-1,85), assim como aqueles que não vão ao médico regularmente (OR=1,42, IC95%: 1,08- 1,87), não têm limitação das atividades diárias (OR=1,39, IC95%: 1,00-1,94) e que têm boa autopercepção da saúde (OR=1,47, IC95%: 1,09-1,98). Para mudança desse cenário acredita-se que estratégias de recomendação devem considerar as particularidades dos pacientes, sendo necessário que os 6 profissionais se atentem para questões como o tempo de diagnóstico da doença, uso de medicação, frequência às consultas médicas, limitações diárias das atividades e autopercepção de saúde, que são fatores capazes de interferir na adoção dos comportamentos saudáveis de hipertensos e diabéticos. A adoção de comportamentos saudáveis é um processo complexo, e não depende apenas da promoção da saúde no nível assistencial. O estímulo à adoção de estilos de vida saudáveis se mostra fundamental, sendo necessário focar não apenas nos efeitos adversos dos hábitos nocivos, mas promover também os benefícios dos comportamentos saudáveis.