Territorialidades em torno das águas : discursividade e práticas de apropriação e uso dos mananciais em Garanhuns/PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Alzenir Severina da
Orientador(a): Castilho, Cláudio Jorge Moura de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10704
Resumo: A transformação do discurso da água como recurso natural renovável, para água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, vem estimulando a produção intelectual - técnica, científica e informacional - e fundamentando novas formas de controle e regulação do uso dos mananciais. Os estudos técnico-instrumentais têm fundamentado a instauração de novos mecanismos de cobrança e ampliando a mercantilização do uso da água. Todavia, simultaneamente, numa crítica ao tratamento mercantil, vêm se acumulando, nas Ciências Humanas, novas reflexões e formas de abordagem do tema “recursos hídricos”. São estudos voltados às questões sociopolíticas, tais como: movimentos de luta pela água; análise da participação dos diferentes grupos sociais na gestão dos recursos hídricos; formas tradicionais de apropriação e uso da água. A tese ora apresentada, está em conformidade com as reflexões críticas, concernentes à temática dos “recursos hídricos” e pretende contribuir com a abordagem social da água, na Geografia. O foco do estudo foi a investigação das territorialidades construídas em torno dos mananciais, em Garanhuns/PE. Ao examinar as práticas de apropriação, uso e controle dos recursos hídricos locais, desvendamos enunciados que sustentam o discurso da qualidade mineral das águas do munícipio e a relação desses discursos com a manutenção das tradicionais atividades de lavadeiras e, principalmente, dos aguadeiros que circulam na cidade. Com a pesquisa, intencionamos dar voz e visibilidade à fenômeno de aparência trivial. Ao revelar como lavadeiras e aguadeiros constroem suas territorialidades em torno da água, o pretendido foi retirá-los da “invisibilidade” e colocá-los no centro do debate socioespacial que envolve à água. Para tanto, Na leitura, interpretação e compreensão do fenômeno, adotamos como aporte metodológico, dispositivos pertencentes à Análise do Discurso, acionando categorias como discurso, enunciado, formação discursiva e interdiscurso. Apesar de ter partido de um estudo de caso, a pesquisa tem abrangência social ampla, pois o uso das águas envolve diferentes sujeitos e suas mútiplas ações que, direta ou indiretamente, repercutem no compartilhamento do patrimônio natural de uso comum. Com o processo e os resultados da pesquisa, estamos acrescentado referenciais teóricos e práticos para que os diferentes dizeres e ações dos homens simples sejam contemplados na gestão dos recursos hídricos. Fazer ressoar os dizeres dos homens simples, corresponde a fazer uma leitura da realidade que ultrapassa a perspectiva daqueles que falam deles ou por eles. Assim, nos aliamos à racionalidade que tem como primazia promover à maior interação entre saberes formais e informais, trazendo aos estudos geográficos novas formas de abordar e compreender o espaço