A condição social das lavadeiras em Salvador, (1930-1939): quando a história e a literatura se encontram

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Nunes Neto, Francisco Antonio
Orientador(a): Freitas, Antonio Fernando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós- Graduação em História da UFBA
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11256
Resumo: Em finais da década de 1920, uma reviravolta no campo de produção de conhecimentos históricos na França contribuiu para que outras fontes, problemas e temas de pesquisa emergissem. Neste sentido, o texto literário alcunhado como “romance histórico” passou a ser uma fonte de pesquisa a mais à disposição dos historiadores, pelo fato de estar presente neste tipo de narrativa, a leitura ou leituras dos literatos sobre dada conjuntura histórica. Levando-se em consideração as questões postas, o trabalho ora apresentado visa a contribuir para essa discussão, que tem merecido a atenção de pesquisadores de diversos lugares e continentes, qual seja, fazer história social com literatura, buscando-se neste tipo de fonte, vestígios, pistas, enfim, outras possibilidades de registros que possam ter passado ao largo da percepção dos historiadores, que, durante muito tempo, depositaram credibilidade nos chamados “documentos oficiais”, considerando-os, única via capaz de grafar a história de um povo, não conseguindo e nem visando a dizer sobre as culturas diferentes existentes nas sociedades diversas, sobre as questões identitárias, as relações de gênero, assim como sobre outras falas. Ao longo deste trabalho, tomaremos como referência para discutir aspectos culturais da história dos costumes de Salvador, as obras Suor (1934) e Capitães da Areia (1937) do escritor baiano Jorge Amado, nas quais à medida que vai tecendo enredos sobre o modus vivendi na e da cidade, acaba por apresentar ao leitor/pesquisador possíveis leituras sobre a história do lugar, captadas, inclusive, nos relacionamentos que o autor travava no seu viver citadino. Assim, a condição social das lavadeiras ditas por Amado não destoam dos registros encontrados ao longo da pesquisa nos Jornais Diário de Notícias e A Tarde entre os anos de 1930 e 1939 e, são estes registros que estaremos apresentando e discutindo a seguir.