Validação de modelos metabonômicos por ressonância magnética nuclear de hidrogênio para predição de fibrose hepática significativa, fibrose hepática avançada e cirrose em pacientes com hepatite C crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: BATISTA, Andrea Dória
Orientador(a): LOPES NETO, Edmundo Pessoa de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25133
Resumo: O padrão-ouro na avaliação da fibrose hepática em pacientes com hepatite C crônica (HCC) é a análise histopatológica de fragmento hepático por biópsia, método invasivo, sujeito a complicações e a erros. Alternativamente, biomarcadores vêm sendo testados. A metabonômica é uma estratégia de análise que utiliza espectroscopia de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN H1) para classificar biofluidos em função do seu status bioquímico. Este estudo de validação fase II teve como objetivo desenvolver modelos metabonômicos (MMs), através de espectros de RMN H1 de amostras de soro, para predição de fibrose hepática significativa (FS: METAVIR ≥ F2), fibrose avançada (FA: METAVIR ≥ F3), e cirrose (C: METAVIR F4 ou cirrose clínica), em duas populações de pacientes com HCC, nas cidades de Recife/PE e do Rio de Janeiro/RJ, e comparar com os índices APRI e FIB-4, utilizando a biópsia como padrão de referência. Em PE, foram incluídos 69 pacientes com biópsia dos últimos 12 meses ou diagnóstico clínico de cirrose. No RJ, foram incluídos 180 pacientes com biópsia na inclusão. Pacientes com doença hepática por outra etiologia, coinfecção com HBV ou HIV ou ingestão excessiva de etanol foram excluídos. Espectros de RMN H1 foram obtidos utilizando espectrômetro Varian Unity 300. Os MMs foram construídos utilizando os formalismos análise discriminante linear (LDA) e análise discriminante por mínimos quadrados paricais (PLS-DA). Em pacientes de PE, os MMs foram testados por validação cruzada, considerando FS, FA e C, e em pacientes do RJ, por validação cruzada em 126 indivíduos, e por validação externa em 54, considerando FS e FA. Em PE, 42 (61%) pacientes apresentaram FS, 28 (40%) FA e 18 (26%) C. Os MMs apresentaram sensibilidade e especificidade de 97,6% (IC 95%: 87,4-99,9%) e 92,6% (IC 95%: 77,5-99,9%) para predição de FS; 96,4% (IC 95%: 81,7-99,1%) e 95,1% (IC 95%: 83,5-99,4%) para FA; e 100% (IC 95%: 81,5-100%) e 98,0% (IC 95%: 89,6-99,9%) para C. No RJ, 103 (57,2%) pacientes apresentaram FS e 51 (28,3%) FA. Os MMs validados externamente apresentaram sensibilidade e especificidade de 100% (IC 95%: 86,8-100%) e 100% (IC 95%: 87,7-100%) para predição de FS, e de 100% (IC 95%: 71,5-100%) e 100% (IC 95%: 91,8-100%) para FA. O desempenho dos MMs foi similar ao do APRI e FIB-4, nas duas populações, porém, os MMs classificaram corretamente 27 (39,7%) pacientes de PE e 95 (54,3%) do RJ com valores intermediários de APRI, e 25 (36,8%) pacientes de PE e 76 (44,2%) do RJ com valores intermediários de FIB-4, quando não é possível predizer FS e FA por esses índices. Conclui-se que os MMs desenvolvidos apresentaram elevada acurácia para predição de FS, FA e C, em pacientes com HCC de PE e do RJ, e permitiram o estadiamento da fibrose nas zonas cinzas do APRI e FIB-4, sugerindo tratar-se de método promissor como marcador indireto de fibrose nesses pacientes. Entretanto, serão necessários novos estudos, com maior casuística, a fim de confirmar seu desempenho, para posterior incorporação na prática clínica.