Diversidade fúngica em tartarugas marinhas com ênfase em Caretta caretta Linnaeus, 1758 no litoral de Ipojuca - Pernambuco, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: FERREIRA, Gabriel da Silva
Orientador(a): OLIVEIRA, Maria Betânia Melo de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51988
Resumo: As tartarugas marinhas são dependentes de suas rotas migratórias e de ambientes costeiros para alimentação e reprodução, mantendo contato frequente com diversos organismos fúngicos. No entanto, a escassez de estudos micológicos ressalta a necessidade de pesquisas adicionais para a compreensão dessas interações. Este estudo tem como objetivo apoiar os esforços de conservação das tartarugas marinhas, ao investigar a variedade de fungos presentes em tartarugas marinhas e identificar a diversidade dos fungos encontrados nos ninhos e ovos, para isso, este estudo possui duas abordagens: 1. Levantamento bibliográfico sobre a interação de fungos em tartarugas marinhas em escala global e 2. Investigação da diversidade fúngica em ninhos e ovos de tartarugas da espécie Caretta caretta ao longo da costa litorânea do município de Ipojuca-PE, nordeste do Brasil. Para atender a primeira abordagem foram realizadas buscas na literatura utilizando as palavras chaves "sea turtle and fungi" (em língua inglesa) e "tartarugas marinhas e fungos" (em português) por meio de bases de dados como BVS, SciELO, Periódicos CAPES e Google Acadêmico. foram considerados artigos publicados que abordassem à ecologia entre fungos e tartarugas marinhas nos últimos 10 anos (2010-2020). De acordo com os criterios estabelecidos, foram selecionados 27 artigos, os quais revelaram a ocorrência de 29 gêneros fungicos nas tartarugas marinhas investigadas, sendo os gêneros: Fusarium (21%), Aspergillus (11%) e Cladosporium (11%) os mais frequentes presentes em todas as fases de desenvolvimento, desde ovos até animais adultos. Apesar dos dados apresentados, ainda são necessários mais esforços para compreender a interação das comunidades fúngicas com estes animais marinhos. Sendo assim, esta dissertação realizou sua segunda abordagem com coletas de ovos e areia em ninhos de tartaruga da espécie C. caretta ocorrente nas praias de Porto de Galinhas, Muro Alto e Maracaípe, localizadas no litoral pernambucano. Os fungos foram isolados por meio de diluição das amostras em meios de cultura específicos e identificados morfologica e molecularmente por meio do sequenciamento parcial do gene β-tubulina. No total foram obtidos 207 isolados, 104 (50,2%) identificados como pertencentes aos gêneros Aspergillus, Penicillium e Talaromyces. O mais prevalente foi Penicillium representado por 11 espécies (P. allii-sativi, P. brocae, P. citreosulfuratum, P. citrinum, P. coffae, P. mallochii, P. meliponae, P. oxalicum, P. steckii, P. sp. Nov. 1 e P. sp. Nov. 2.); seguido do Aspergillus oito espécies (A. flavus, A. hortae, A. insulicola, A. niger, A. sidowii, A. tamarii, A. terreus e A. unguis) e Talaromyces quatro espécies (T. albobiverticillius, T. alveolaris, T. pigmentosus e T. wortmannii). A. sidowii e P. citrinum foram encontradas em abundância tanto dentro dos ovos quanto na areia, enquanto os isolados de Talaromyces foram identificados exclusivamente no conteúdo interno dos ovos. Esses resultados sugerem a existência de interações ecológicas específicas ainda não completamente compreendidas e contribuem para ampliar nosso conhecimento sobre a ecologia das tartarugas marinhas e a potencial influência dos fungos em sua reprodução. Dessa forma, são necessários estudos adicionais para aprofundar nosso entendimento em relação ao potencial benéfico, neutro ou maléfico das espécies encontradas.