Preparações de lectina pura (BmoLL) e de extrato de folhas de Bauhinia monandra para aplicações biológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: FERREIRA, Silvio Assis de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46062
Resumo: As lectinas são proteínas que têm a capacidade de se ligar especificamente a carboidratos ou gliconjugados. Bauhinia monandra é um arbusto tropical de elevado valor econômico, e tem sido amplamente utilizada como espécie ornamental e principalmente medicinal. O objetivo do estudo foi realizar preparações de lectina (BmoLL) e de extrato de B. monandra para aplicações biológicas. A lectina de folhas de B. monandra (BmoLL) específica para galactose, foi purificada mediante fracionamento com sulfato de amônio e cromatografia de afinidade em gel de guar e em gel da goma de sementes de Leucaena leucocephala. Para a avaliação da BmoLL foi desenvolvido um anticorpo policlonal (IgG anti-BmoLL) em coelho. O teste de imunodifusão dupla foi realizado para reconhecimento da BmoLL e de lectinas homólogas dos extratos de outros tecidos de B. monandra através de precipitação com o IgG anti-BmoLL. Utilizou-se o IgG anti-BmoLL na superfície do eletrodo de ouro para caracterização eletroquímica e piezoelétrica da interação anticorpo-BmoLL. Um imunossensor eletroquímico preparado com IgG anti-BmoLL na superfície do eletrodo de ouro estimou a ligação BmoLL e seu potencial eletroquímico. Também foi desenvolvido um imunossensor piezoelétrico com base em uma micro balança de cristal de quartzo (QCM) com uma superfície de ouro onde o IgG anti-BmoLL foi utilizado na caracterização do reconhecimento da BmoLL. Para as aplicações biológicas, a BmoLL foi avaliada em células de macrófagos J774A.1 e de sarcoma -180 (S-180) e o extrato de folhas de B. monandra foram utilizados para avaliação citotóxica em embriões e caramujos adultos (Biomphalaria glabrata) e ecotoxicidade de Artemia salina (bioindicandor). A manufatura de uma matriz com ligação cruzada da goma de sementes da L. leucocephala mostrou-se eficiente na purificação da BmoLL. A produção da matriz foi simples, eficiente e de baixo custo para purificação quando comparada com as gomas comerciais. O sistema eletroquímico apresentou sensibilidade para avaliar interações anti-BmoLL IgG com diferentes concentrações de BmoLL. O imunossensor piezoelétrico com análise de injeção de fluxo (FIA) evidenciou uma diminuição de frequência (15 kHz) após a interação de BmoLL (454 μg/mL) com IgG anti-BmoLL (0,11mg/mL) indicando especificidade de anticorpo ao antígeno. O potencial eletroquímico e piezoelétrico da interação anticorpo-BmoLL evidenciou que o IgG anti-BmoLL não provocou nenhuma alteração na ligação de galactose pela BmoLL, indicando que ela purificada não tem afinidade pelos sítios de ligação de carboidrato de BmoLL. A BmoLL purificada apresentou citotoxicidade em uma relação dose dependente, principalmente no tempo de 24h, tanto nas células de macrófagos J774A.1 quanto nas células de sarcoma-180 (S-180). O extrato de folhas de B. monandra apresentou toxicidade sobre os embriões de B. glabrata com 100% de inviabilidade dos embriões na concentração de 200 μg/mL. Para os caramujos adultos na concentração de 4000 μg/mL obteve-se 90% de inviabilidade. Na avaliação da ecotoxicidade do extrato de B. monandra em A. salina foram demonstrados elevados níveis de letalidade, inclusive, na menor concentração avaliada. Portanto, o extrato de B. monandra pode ser considerado uma alternativa eficiente e promissora para o controle de vetor no meio ambiente.