Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
ARAUJO, Chrisjacele Santos Ferreira de |
Orientador(a): |
COELHO, Luana Cassandra Breitenbach Barroso |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18050
|
Resumo: |
As plantas do gênero Bauhinia (Família Fabaceae) são encontradas na África, Ásia bem como América Central e do Sul. No Brasil, elas são conhecidas como “pata-de-vaca“ e as suas folhas são usadas popularmente em forma de chá (infusão) para o tratamento de diabetes, como anti-inflamatório e como analgésico. Dentre diversos compostos purificados de plantas estão as lectinas, as quais são proteínas ou glicoproteínas que se ligam a carboidratos, por reconhecimento específico e reversível. Das folhas da espécie Bauhinia monandra foi purificada uma lectina galactose específica (BmoLL, B. monandra Leaf Lectin) através de cromatografia de afinidade em gel de guar. Diante das atividades descritas para as lectinas e do uso das plantas do gênero Bauhinia na medicina popular, foi levantada a hipótese de que as atividades biológicas relatadas pela população B. monandra têm como princípio ativo a lectina BmoLL. Desta forma o objetivo do presente estudo foi investigar propriedades toxicológicas, hipoglicemiante, anti-inflamatória e antinociceptiva da lectina. BmoLL não apresentou toxicidade para camundongos, uma vez que não induziu a morte nem perda de peso a 2000 mg/kg. Além disso, ela não afetou a sobrevivência de Artemia salina nas concentrações testadas (250-1.000 μg/mL). A atividade hipoglicemiante da BmoLL foi avaliada utilizando em camundongos NOD (non obese diabetic) como modelo experimental. Camundongos NOD diabéticos foram tratados com BmoLL (60 mg/kg/dia) por administração intraperitoneal durante 21 dias. O efeito da lectina foi comparado com os dados obtidos para um grupo diabético não-tratado e e um grupo não-diabético (normoglicêmico). No final do experimento, os animais tratados com BmoLL exibiram uma redução do nível de glicose no sangue (de 307,5 ± 83,3 mg/dL para 137,5 ± 68,3 mg/dL), atingindo valores semelhantes ao do grupo normoglicêmico (110,5 ± 16,7 mg/dL). O grupo diabético não-tratado apresentou concentração de glicose sanguínea ≥500 mg/dL. Além disso, as concentrações de triglicéridos e VLDL-colesterol no sangue foram significativamente reduzidas (p<0,05) pelo tratamento com BmoLL, em comparação com os animais diabéticos não tratados. Para avaliação da atividade antiinflamtória, foi realizado primeiramente o método de edema de pata induzido por carragenina. BmoLL reduziu a inflamação significativamente (p<0,05) em 47% (30 mg/kg) e 60,5% (60mg/kg). O grupo controle, tratado com ácido acetilsalicílico, apresentou 70,5% de redução. Na avaliação da atividade atiinflamatória por ensaio de peritonite, a migração de leucócitos foi significativamente reduzida (p<0,05) no grupo tratado com BmoLL, sendo o resultado semelhante ao obtido com grupo tratado com ácido acetilsalicílico. Na avaliação da atividade antinociceptiva BmoLL, os tratamentos com doses de 15, 30 e 60 mg/kg reduziram significativamente (p<0,05) o número de contorções abdominais (induzidas por ácido acético) em 43,1%, 50,1% e 71,3%, respectivamente. No ensaio de placa quente, a BmoLL em doses de 30 e 60 mg/kg, mostrou um efeito antinociceptivo significativo (p<0,05). Em conclusão, BmoLL é uma molécula interessante para ser estudada mais profundamente quanto a suas aplicações farmacológicas, desde que não apresentou toxicidade aguda para camundongos e demonstrou as atividades hipoglicemiante, anti-inflamatória e antinociceptiva, não apresentou toxicidade para A. salina nem para camundongos. |