Associação da experiência de solidão com o funcionamento executivo de jovens saudáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SOUSA, Thiago Ventura de
Orientador(a): LAUTERT, Sintria Labres
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55868
Resumo: A solidão é um processo de sinalização fisiológica relacionado com atividades sociais insatisfatórias ao indivíduo. Embora não se restrinja a segmentos etários, estima-se que cerca de 40% dos adultos relatam solidão. Atualmente, uma tendência mundial parece deslocar essa prevalência para faixa etária mais jovem, com um aumento exponencial de adolescentes e jovens adultos solitários. A experiência de solidão está relacionada a alterações neurofisiológicas implicadas com alterações em diversos processos psicológicos básicos, como percepção, e complexos, como tomada de decisão, possivelmente afetando as funções executivas básicas, um conjunto de habilidades cognitivas integradas voltadas para atingir um objetivo e que está em seu desenvolvimento ao final aos 24 anos de idade. Sob a hipótese de que a experiência de solidão comprometa o desenvolvimento executivo nos jovens, o presente trabalho teve como objetivo geral verificar se existem correlações entre a experiência de solidão a alterações nas FEs de jovens de 18 aos 24 anos. De forma específica, objetiva-se mapear os níveis de solidão na amostra investigada; avaliar as interações entre a solidão com a memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e controle inibitório; examinar se existem correlações entre contexto social com níveis de solidão. 34 voluntários (21 mulheres, 13 homens) de todo o Brasil participaram do estudo, sendo maioria de Pernambuco (22), com média de 21 anos que estavam experienciando ou não algum nível de solidão mapeada pela escala UCLA-BR. Foram utilizados os testes remotos Matching Familiar Faces Test (MFFT-20), CPT-Flex e Testes de dígitos de ordem inversa (TDOI) para análise do funcionamento executivo. Os resultados obtidos indicam que não há uma correlação entre alterações do funcionamento executivo e a experiência de solidão da amostra, bem como não há equivalência entre os níveis de solidão e as habilidades executivas, sugerindo que a solidão não está diretamente afetando as habilidades executivas considerando a amostra investigada. A caracterização da escala UCLA-BR a amostra apresentou um nível médio de 25,382 (+15,364) pontos, sugerindo que a amostra estaria caracterizada em uma solidão leve a moderada. Os dados também mostraram não haver equivalência entre contextos sócio-demográficos e a experiência de solidão. Estudos dessa natureza são escassos na literatura, principalmente no Brasil, e podem auxiliar na compreensão do funcionamento executivo e da solidão no país, e orientar ações que possam levar a intervenções clínicas ou laboratoriais mais precisas para a população.