Investigação neurocognitiva de funções executivas e resposta emocional em jovens com autolesão não suicida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: GONÇALVES, Isabela Schuler da Cunha
Orientador(a): NOGUEIRA, Renata Maria Toscano Barreto Lyra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38825
Resumo: Autolesão não suicida é um crescente problema de saúde pública, que pode se manifestar em comorbidade a outros transtornos, ou isoladamente, revelando uma multidimensionalidade desse comportamento e a necessidade de pesquisas direcionadas à sua compreensão. Contudo, a literatura científica tem produzido poucos avanços nos últimos dez anos. A escassez de pesquisas direcionadas à investigação de comprometimentos cognitivos e emocionais da Autolesão não suicida dificultam o desenvolvimento de uma terapêutica eficiente para esse comportamento desadaptativo. Visando contribuir com evidências empíricas, o presente estudo teve como objetivo principal investigar possíveis alterações em funções executivas e na resposta emocional em jovens com Autolesão não suicida, residentes na Região Metropolitana do Recife. A amostra foi composta por 40 jovens (20 do grupo com autolesão, e 20 do grupo de comparação), com faixa etária entre 16 e 21 anos. Foram utilizadas como ferramentas do protocolo: questionário sociodemográfico e clínico, Escala Funcional da Automutilação (FASM), Escala de impulsividade BIS-11, e Escala Self Assessment Manikin (SAM) com estímulo de imagens do International Affective Picture System (IAPS), para obter medidas de resposta emocional. Além disso, foram utilizados os testes neurocognitivos: Teste Wisconsin de Classificação de cartas, Teste de Trilhas, Teste dos Cinco Dígitos (FDT), Span de Dígitos e Teste de Tempo de Reação, visando acessar o funcionamento executivo de três subcomponentes – memória operacional, flexibilidade cognitiva e controle inibitório. Dados paramétricos foram analisados pelo Teste T de Student, e os não-paramétricos pelo Mann-Whitney. Os resultados foram analisados com intervalo de confiança de 95%, e indicaram diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) no Span de Dígitos (p=0,001); na escala BIS-11 para impulsividade global (p=0,004), motora (p=0,05), e atencional (p=0,016); no Teste de Trilhas (p=0,021); e diferenças marginalmente significativas no fator erros perseverativos do Wisconsin (p=0,056) e no FDT para erros de alternância (p=0,065). Os resultados sugerem, portanto, evidências de prejuízo cognitivo na memória operacional, na flexibilidade cognitiva, e maior impulsividade autorreferida em jovens com comportamento de Autolesão sem intencionalidade suicida.