Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
FERREIRA FILHO, Marcos Dantas |
Orientador(a): |
VIEIRA, Anco Márcio Tenório |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46256
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Resumo: |
Avalovara, romance de Osman Lins publicado em 1973, possui uma estruturação que chama a atenção do leitor desde os momentos iniciais. É a análise dessa estrutura o coração do presente trabalho. Mais do que analisar as suas engrenagens, pretendemos observar as suas implicações em relação ao romance enquanto gênero literário. Partindo do pressuposto de que a autorreferencialidade e a autoconsciência de Avalovara tornam-lhe uma obra atenta à sua própria natureza, pretendemos utilizar de sua estrutura para refletir sobre as possibilidades e impossibilidades do romance moderno. Para sedimentar as bases da discussão acerca do gênero, utilizamos notadamente Georg Lukács, Ian Watt, Mikhail Bakhtin e Anatol Rosenfeld. Após esse breve embasamento macroscópico, analisamos a transformação por que passou o romance no século XX, conferindo especial atenção ao caráter experimental e disruptivo que marcam o período – o que, acreditamos, permitiu o surgimento de um romance como o de Osman Lins. Em seguida, considerando o fato de que Avalovara parte da restrição de sua própria liberdade para exercê-la, refletimos sobre a natureza provocativa de tal atitude, na medida em que esta reverbera interna e externamente em relação ao próprio texto. Para tanto, estabelecemos paralelos entre a obra de Osman Lins, o Nouveau Roman e o grupo francês Oulipo. O último, em especial, nos fornece o conceito de contrainte, fundamental para as inquirições subsequentes. Então, a partir da análise detida dos dois núcleos da narrativa que tratam de sua própria fatura, tecemos algumas observações acerca do método rigoroso do romancista e suas implicações em relação ao universo romanesco. Por fim, observamos como os mecanismos de constrangimento da liberdade na criação do autor e outros aspectos da obra em questão (a representação da realidade, a autorreferencialidade e a relação entre homem e cosmos) realizam uma provocação ao romance moderno enquanto gênero e estrutura literária. |