Discurso, design e informação : performatividades de gênero na série Power Rangers
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Design |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51986 |
Resumo: | A partir de uma abordagem qualitativa-experimental, a seguinte pesquisa se propõe a aproximar uma perspectiva discursiva pós-estruturalista do campo do design. Nesse sentido, usamos da série Power Rangers enquanto interface entre o conceito de discurso em Michel Foucault, a noção de performatividade em Judith Butler e as práticas de projeto no design da informação. Para o desenvolvimento dessa interlocução, utilizamos o conceito de informação tecnocoreografada: momentos nos quais os protagonistas realizam poses acrobáticas seguidas, muitas das vezes, de efeitos pirotécnicos (gritos, explosões, fumaças coloridas). Posto isso, trabalhamos de maneira específica em um frame da 21a temporada do programa (Power Rangers Super Megaforce, 2014), através de um experimento de análise crítica da informação (normativamente estruturada) realizado a partir de uma prática (re)elaborativa de categorias atribuídas ao design de personagens (cor, posição, corpo, pose e traje). Em seguida, produzimos uma análise das produções discursivas dos resultados visuais e/ou verbais, tomando como base a percepção foucaultiana de que se faz necessário excursões de ordem histórica-social-filosófica em relação ao objeto estudado, na intenção de entender um determinado enunciado tido como dado, ou, em outros termos, aquilo que é estabelecido enquanto normal. Diante da análise, consideramos que Power Rangers ainda é um produto disseminador de discursos hegemônicos acerca das relações de gênero: as binaridades de gênero, a liderança ‘falo-militar’, os estereótipos acerca da feminilidade, a compulsão heterossexual, os ideais corporais vigentes, as noções capacitistas, a transfobia e as regimentações sobre a infância. Por fim, indicamos que, apesar da necessidade de ajustes e de novas aplicações, o método de análise crítica da informação através de (re)elaborações divergentes frente a discursos normativos, mostrou-se, por si só, um ato reflexivo. Também apontamos, que uma abordagem discursiva no design da informação não é apenas praticável, mas necessária, pois é capaz de tensionar e desnaturalizar formas legitimadas de saber- poder no campo (teorias, objetos, métodos, anomalias, exclusões, etc.), isto é, possibilita um ponto de fuga a um tratamento linguístico e racionalista dos produtos informacionais. |