Seqüências siluro-devoniana e eocarbonífera da Bacia do Parnaíba, Brasil, como análogos para a explotação de hidrocarbonetos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Hugo Santos, Victor
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6502
Resumo: No presente estudo sobre as seqüências devoniana e eocarbonífera aflorantes da Bacia do Parnaíba, como subsídio análogo para o entendimento de possíveis rochas-reservatório de hidrocarbonetos, foram estudados dez afloramentos localizados na região central do Estado do Piauí, geologicamente inseridos na borda sudeste da Bacia do Parnaíba. Três afloramentos mostram estratos silurianos do Grupo Serra Grande (Ipú 1, Jaicós 1 e 3) e os demais exibem camadas do devoniano ao eocarboníferas do Grupo Canindé (Itaim/ Pimenteiras 1 e 2, Cabeças 1 e 2, Poti 1, 2 e 3). As seqüências sedimentares aflorantes confirmam a existência de dois ciclos sedimentares distintos ocorridos na Bacia, comandados por variações de níveis eustáticos de um mar interior: uma seqüência devoniana e uma seqüência devoniano-eocarbonífera. A seqüência devoniana está representada pela Formação Cabeças, depositada em ambiente transicional de frente deltaica proximal, dominado por fácies canalizadas e sigmoidais. A seqüência devonianoeocarbonífera compõe uma mesma sucessão deposicional de plataforma marinha rasa flúvio-deltaica, onde as fácies mais proximais pertencem à Formação Poti e, as mais distais, à Formação Longá. A Formação Poti foi depositada sob sistema fluvial meandrante em extensa planície de inundação com certa influência marinha e de tempestades. Oito fácies sedimentares foram identificadas: conglomerados suportados por clastos (Gcm), arenitos com estratificação cruzada de baixo ângulo (Sl), arenitos com estratificação cruzada planar (Sp), arenitos com estratificação cruzada acanalada/festonada (St), arenitos com marcas de ondas ou hummocky (Sr), arenitos com estratificação planoparalela ou climbing ripples (Sh) e siltitos a arenitos muito finos estratificados e com acamamento ondulado (Fl). A Formação Ipú, visualizada no afloramento IP-1, apresenta quatro fácies de uma fase eminentemente clástica de barras longitudinais de leitos fluviais entrelaçados de um fandelta submerso. A Formação Jaicós, com grande continuidade lateral e geometria geralmente tabular, foi analisada em dois afloramento (JC-1e JC-2), mostrando quatro diferentes fácies de um canal fluvial primário de baixa energia com migração de barras longitudinais truncadas por canais rasos. As formações Itaim-Pimenteiras apresentam cinco fácies areníticas: no afloramento ITP-1 sugerem uma deposição em frente deltaica de retrogradante a progradante de alta energia, e no afloramento ITP-2, com a maior variedade faciológica na seqüência do Grupo Canindé, uma deposição estuarina de regiões costeiras com interferência de correntes de baixa energia. A Formação Cabeças, analisada em doisafloramentos de ampla continuidade lateral (CAB-1 e CAB-2), mostrou três fácies arenosas atribuídas à deposição em planície deltaica com canais distributários ativos, em barras de embocadura e com lobos migrando em direção ao centro da bacia. E a seqüência regressiva entre as formações Longá e Poti foi avaliada em três extensos afloramentos PT-1, PT-2 e PT-3, revelando quatro fácies relacionadas a um ambiente fluvial meandrante com acreção lateral de barras, e periódicas variações da velocidade de correntes. Três tipos principais de sistemas deposicionais foram identificados por: depósitos plataformais constituídos por pelitos laminados e arenitos finos com estratificação cruzada hummocky e plano-paralela (em todas as unidades estratigráficas); depósitos litorâneos de arenitos finos a médios com estratificação cruzada sigmoidal, ritmitos relacionados a planícies de maré, arenitos bioturbados e siltitos com laminação plano-paralela (formações Itaim, Cabeças e Poti); e depósitos fluviais principalmente do tipo anastomosado compostos por arenitos grossos a conglomeráticos com estratificação cruzada acanalada de barras e dunas em sistema sub-aquoso entrelaçado (formações Jaicós e Poti). A correlação de afloramentos com perfis de RG possibilitou a identificação de 52 marcos elétricos ou estratigráficos, definindo-se também três seqüências deposicionais (da base para o topo): devoniana (do marco Jaic até o M200), devoniano-eocarbonífera (do marco M200 até abaixo do M015), e eocarbonífera (do marco M015 até o M010). A seqüência devoniana mostra um intervalo transgressivo, correspondendo à Formação Itaim e parte da Formação Pimenteiras, e um intervalo regressivo, correspondente às formações Pimenteiras e Cabeças. É possível individualizar conjuntos de parasseqüências que correspondem a uma seqüência vertical de fácies tempestíticas do tipo shoaling upward, sendo frequentemente recobertas por um folhelho radioativo correspondente à superfície de inundação da parasseqüência. A seqüência devoniano-eocarbonífera apresenta um intervalo transgressivo corresponde à metade inferior da Formação Longá e é formado por duas parasseqüências que representam sistemas deposicionais de plataformas dominadas por tempestades. O intervalo regressivo corresponde à Formação Poti, onde são individualizados dois conjuntos de parasseqüências. Uma simulação numérica sintética dos dados adquiridos no presente estudo demonstra que a análise faciológica detalhada de afloramentos pode oferecer subsídios bastante interessantes na investigação de reservatórios análogos de hidrocarbonetos