Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
FARIAS, Ana Lúcia Crispim de |
Orientador(a): |
LIMA, Murilo Duarte da Costa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56172
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Resumo: |
As experiências adversas na infância, como exposição a abuso, negligência, ambiente familiar disfuncional e violência externa, podem ser um fator predisponente para o consumo de álcool na idade adulta. A concepção do estudo foi baseada na Teoria da Origem Desenvolvimentista da Saúde e da Doença (DOHaD) e teve como objetivo analisar as vivências adversas na infância relacionadas ao padrão de consumo de álcool entre universitários. Tratou-se de um estudo observacional, transversal, analítico, com abordagem quantitativa, realizado com 337 universitários do primeiro ao quarto ano do curso de medicina da Universidade Federal de Pernambuco no intervalo de junho a agosto de 2023, através da aplicação do Adverse Childhood Experiences - International Questionnaire (ACE-IQ) e do Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT). Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial e o nível de significância utilizado nas decisões dos testes estatísticos foi de 5%. Os resultados mostraram uma predominância de universitários do sexo masculino (52,2%), na faixa etária de 22 a 24 anos (47,2%) e do primeiro ano do curso de medicina (32,9%). A análise do ACE-IQ evidenciou 306 (90,8%) universitários com múltiplas adversidades na infância, com predomínio de violência doméstica (70,3%), abuso emocional (68,0%), assédio moral (66,8%), violência comunitária (56,1%), abuso físico (48,4%) e separação dos pais por divórcio ou morte (37,1%). O percentual de mulheres que sofreram violência sexual foi maior em comparação aos homens. No enquanto, eles apresentaram uma maior frequência de negligência física por um dos pais, convivência com membro da família acometido por doença mental grave, convívio com familiar com transtorno por uso de substância, exposição a assédio moral pelos pares e de violência comunitária. A análise do AUDIT evidenciou que, do total de universitários, 251 (74,5%) consumiam bebidas alcóolicas, 69 (20,5%) relataram consumo pesado de álcool, 37 (11%) binge drinking pelo menos uma vez por mês, além de 271 (80,4%) com uso de baixo risco de consumo de álcool. Em comparação às mulheres, os homens apresentaram um padrão de uso de risco mais elevado. Experiências adversas na infância foram associadas ao aumento do consumo de álcool entre os universitários. Além disso, houve associação entre exposição a negligência emocional, separação dos pais e abuso físico com consumo pesado de álcool. Os dados apontam a necessidade de investigar as vivências adversas na infância, de forma rotineira e precoce, a fim de intervir para mitigar os danos neuropsiquiátricos e o adoecimento mental decorrentes do consumo de álcool. |