As marcas invisíveis dos maus-tratos emocionais na infância: impactos no julgamento de faces neutras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rodolpho, Beatriz Sarmiero
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22450
Resumo: As expressões faciais como alegria e tristeza, são de grande valor para as interações e comunicação social. Devido a sua importância, foram estudadas a fim de melhor compreender o funcionamento da percepção facial e o processamento cerebral de emoções faciais. Sabe-se que as faces emocionais podem ser moduladas por uma série de fatores, como traços individuais, experiências traumáticas, transtornos psiquiátricos e até mesmo o contexto no qual estão inseridas. Entretanto, não menos importante que as faces emocionais, as faces neutras são estímulos extremamente ambíguos e ainda mais suscetíveis a modulação pelas experiências do indivíduo. Um dos fatores que possui capacidade de afetar a percepção e julgamento de faces neutras é o histórico de maus tratos na infância. Este estudo procurou compreender se o histórico de maus-tratos emocionais (CEM) ou maus-tratos físicos na infância (CPM) poderiam estar associados a uma maior classificação negativa das faces neutras após uma manipulação contextual. No primeiro experimento, a manipulação foi feita pela apresentação de um texto negativo (sobre abuso sexual infantil) e como controle, outro grupo de participantes realizou a leitura de um texto neutro (sobre carteira de identidade). No experimento subsequente, todas as participantes realizaram testes comportamentais divididos em duas tarefas. A primeira consistia na tarefa de julgar a orientação de duas barras periféricas na qual as faces neutras eram apresentadas como distrativas e a segunda consistia na tarefa de julgar a valência das figuras apresentadas, na qual as faces neutras estavam no foco da atenção. Como principal resultado deste trabalho, observamos que no contexto negativo os maus-tratos emocionais foram associados a mais faces neutras julgadas como negativas quando comparado ao grupo que não possuía histórico de maus-tratos emocionais (p = 0.046). Já para os maus tratos físicos não foi observada nenhuma relação tanto no contexto neutro como no negativo (p > 0.1). É importante prestar atenção ao CEM para uma maior conscientização sobre seu impacto a longo prazo na vida dos indivíduos.